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Capital

Apesar de nova proposta, operários mantêm greve na construção

Leonardo Rocha | 06/06/2013 16:43
De acordo com os grevistas, 15 mil operários estão parados (Foto: Pedro Peralta)
De acordo com os grevistas, 15 mil operários estão parados (Foto: Pedro Peralta)

Os operários da construção civil que estão em greve desde ontem na Capital, receberam uma proposta do Sinduscom/MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da construção do Estado de Mato Grosso do Sul) com reajuste de 6,67%. Mas o índice não foi aceito pelos grevistas, que exigem um aumento de 33% e por isso a categoria continuar paralisada e programa protesto para amanhã, a partir das 8h, na Praça do Rádio Clube.

De acordo com o Sintracom/CG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande) 15 mil operários, cerca de 50% dos trabalhadores, estão em greve em Campo Grande. O presidente do sindicato, José Abelha Neto ainda revelou que a greve deve ser “estendida” para outras cidades do interior, já que a definição do “piso salarial” atingirá todo Estado.

“Eles perceberam a adesão em massa na Capital e já estão se articulando, já tenho informações que Três Lagoas e Dourados irão paralisar as ações a partir da segunda-feira”, declarou. Abelha ressaltou que não está tendo boa vontade dos “patrões” no campo de negociação. “O Sinduscom/MS enviou uma proposta idêntica à primeira, a diferença era que eles subiram o salário dos serventes e diminuíram dos pedreiros, mas nós não caímos nesta”, revelou.

O dirigente da Confederação Nacional dos Sindicatos ligados a CUT (Central Única do Trabalhador), Luis Queiroz, que está em Campo Grande para apoiar o movimento grevista, revelou que os operários de Mato Grosso do Sul recebem um dos piores salários do Brasil. “Existem funções como ajudante e auxiliar que estão recebendo menos que o salário mínimo, temos que articular os trabalhadores para buscar esta mudança”, acrescentou ele.

Queiroz ressaltou que a proposta do sindicato (Sintracom/CG) é propor um aumento diversificado para cada categoria, beneficiando aquelas que estão com salários mais defasados. “Aqueles que recebem menos poderiam ter um reajuste maior e outros um pouco menor, mas os patrões preferem sugerir um linear apenas contendo o valor da inflação”, explicou.

O dirigente revelou que existem operários na Capital que estão sendo ameaçados pelos patrões, e que esta “coação” deve ser denunciada ao sindicato. “Se acaso estas negociações não evoluírem, a tendência é o clima se acirrar e começar a gerar novos conflitos”, ponderou.

Denúncia – O presidente da Sintracom/MS, José Abelha Neto, revelou que está fazendo o levantamento na Capital, de operários que recebem um valor registrado na carteira e outro adicional, que muitas vezes é maior que o próprio salário. Este “valor por fora” não pode ser descontado o INSS e FGTS, além de não compor o seu 13° salário. “Esta situação lesa tanto o trabalhador, como o próprio poder público que deixa de arrecadar”.

Abelha irá levantar documentação e fazer a denúncia no MPE (Ministério Público Estadual), para que este faça a investigação necessária. “Sabemos que se trata de uma prática feita em todo país, mas nós faremos nossa parte, esta situação é preocupante, pois caso o trabalhador ganhe R$ 800 registrado e R$ 2 mil por fora, atrapalha sua aposentadoria”, esclareceu.

Salários – Para os auxiliares de serviços gerais, os patrões ofereceram piso salarial de R$ 680,00. Enquanto que os operários almejam R$ 770,00. Aos auxiliares de escritório o piso está em R$ 680,00 e a classe quer aumento para R$ 880,00.

Serventes e vigias receberam a proposta de R$ 719,00 contra os R$ 880,00 pedidos pela classe. Meio Oficial R$ 802,00 contra R$ 1.035,00. Oficial R$ 992,89 contra R$ 1.190,00. Apontador, R$ 980,00 contra R$ 1.190,00. Motorista, R$ 992,00 contra R$ 1.190,00. Aos Mestres de obras foi proposto R$ 1.500,00 contra os R$ 1.860,00 que eles reivindicam.

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