Após 4 meses, investigação de remédios jogados em córrego vira jogo de empurra
Secretaria de Saúde afirma que caso foi repassado à Polícia Civil, mas ninguém informa qual a delegacia responsável

Quatro meses se passaram, mas, até o momento, não há informações sobre investigação que apura o descarte de remédios – inclusive controlados – em córrego da Capital. No dia 31 de outubro do ano passado, grande quantidade de medicamentos foi encontrada em ponte da Avenida Evelina Figueiredo Selingardi, na região do Parque Lageado, e revoltou moradores. Mas até agora não há nem delegacia responsável pelo caso.
Na ocasião, o amontoado de remédios poderia ser visto facilmente por pedestres. “É um descaso com dinheiro público”, comenta uma moradora, de 39 anos, na época.
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Três dias depois, equipe da Vigilância Sanitária, da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), esteve no local e recolheu os medicamentos para investigação. A intenção era rastrear a origem dos remédios por meio de lotes.
Um mês após o flagrante, a Sesau informou que a investigação ficaria a cargo da Polícia Civil. Porém, até o momento, não há informação de investigações. A delegacia que seria naturalmente responsável pela apuração, a Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista), nega que esteja com o caso.
Na semana passada, o delegado titular, Maércio Alves Barbosa, já havia informado que o caso não foi distribuído para equipes da Decat. A reportagem então questionou a Polícia Civil, por meio de assessoria de imprensa, se alguma outra equipe investiga a situação, mas nenhum dos dois e-mails enviados, conforme solicitado, foi respondido até a publicação da matéria.
O caso - Os remédios foram jogados na beira do Córrego Lageado. O primeiro flagrante chegou ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas. No local, a reportagem apurou que em meio às centenas de caixas descartadas, grande parte seria de medicamentos lacrados e com prazo de validade para 2021.
A maioria era de remédios tarja preta e/ou vermelha, como Nitazoxanida, Alprazolam, Clobazam, Nitazoxanida, Hemitartarato de Zolpidem e Sulfato de Morfina.