Após anos de atraso, Campo Grande normaliza cirurgias para cisto no pescoço
Procedimentos parados desde a Covid-19 voltaram ao calendário e reduziram demanda reprimida
Depois de uma investigação aberta pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), as cirurgias eletivas para retirada de cisto tireoglosso, que fica na área do pescoço, foram retomadas na rede municipal. O procedimento estava suspenso em toda a rede desde a pandemia, aumentando o número de pacientes à espera.
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O caso veio à tona em 2021, quando a Ouvidoria do MPMS recebeu uma denúncia sobre uma criança diagnosticada em 2018 que seguia sem previsão de cirurgia desde 2019. A apuração conduzida pela 32ª Promotoria de Justiça mostrou que o problema não era isolado: a interrupção dos procedimentos durante a Covid-19, somada à ausência de medidas para reorganizar o atendimento, havia criado uma demanda reprimida que, em seu auge, reunia 25 pacientes aguardando desde 2014.
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A partir daí, foram solicitadas providências da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Entre as medidas exigidas estavam a atualização da fila no Sistema de Regulação, o encaminhamento dos pacientes para hospitais habilitados e a definição de metas de produção para que os procedimentos voltassem a ocorrer com regularidade.
Essa articulação envolveu também a SES (Secretaria de Estado de Saúde) e acabou resultando na assinatura de um termo aditivo ao convênio nº 05/2023. O aditivo destinou R$ 6,7 milhões especificamente para que o Hospital São Julião, responsável pela execução do projeto, retomasse as cirurgias e ampliasse a capacidade de atendimento dentro do programa estadual “MS Mais Saúde, Menos Fila”, criado para enfrentar o acúmulo de consultas, exames e cirurgias eletivas em todo o Estado.
Com o reforço financeiro e a habilitação definitiva da unidade, as cirurgias começaram a voltar gradualmente. Em 2023, a fila tinha 25 pessoas. No ano seguinte, os pacientes passaram a ser chamados para avaliações pré-operatórias. Em 2025, apenas três pessoas ainda aguardavam agendamento, um avanço considerado histórico diante da espera que já durava uma década para alguns.
Além dos procedimentos cirúrgicos, o MPMS garantiu que todos os pacientes tivessem acesso a consultas especializadas e exames pré-operatórios, assegurando a continuidade da linha de cuidado. O Hospital Universitário e o Hospital Regional permaneceram como unidades de suporte, evitando gargalos e mantendo o atendimento integral.
Com o serviço normalizado e a cirurgia incorporada de forma definitiva ao programa estadual, o inquérito foi arquivado. A Promotora de Justiça Daniella Costa da Silva, responsável pela investigação, afirmou que o trabalho atingiu “integralmente seu propósito”, ao restabelecer o serviço e recompor a oferta assistencial.
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