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Capital

Após dois meses, PF retira 30 famílias que invadiram residências do PAC

Flávia Lima e Luana Rodrigues | 23/09/2015 08:53
Der forma pacífica, famílias são retiradas de imóveis do PAC, na Capital. (Foto:Marcos Ermínio)
Der forma pacífica, famílias são retiradas de imóveis do PAC, na Capital. (Foto:Marcos Ermínio)
 Luciana da Silva, 26, chora ao dizer que não tem condições de pagar um aluguel. (Foto: Marcos Ermínio)
Luciana da Silva, 26, chora ao dizer que não tem condições de pagar um aluguel. (Foto: Marcos Ermínio)
 Marcele de Castro Banega também se despera ao ser obrigada a sair da casa. (Foto:Marcos Ermínio)
Marcele de Castro Banega também se despera ao ser obrigada a sair da casa. (Foto:Marcos Ermínio)

Pelo menos 30 famílias que ocuparam imóveis do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal, nos conjuntos residenciais Gregório Correa (12 imóveis) e Ary Abussaf (18), estão sendo retiradas das casas na manhã desta quarta-feira (23) por  agentes da Polícia Federal, fiscais da Caixa Econômica Federal e guardas municipais, que cumprem ordem judicial de reintegração de posse.

As casas são destinadas às pessoas removidas de áreas de risco. Ao todo são 380 imóveis e alguns já contam com moradores destinados pela Caixa.

O prazo para as famílias deixarem os imóveis, ocupados há cerca de dois meses, venceu no sábado (19), mas moradores do local disseram que ainda tinham esperança de permanecer nas casas. A ação acontece com o apoio da Guarda Municipal.

A dona de casa Luciana da Silva, 26 anos, é uma das que buscou argumentos para ficar na casa, porém sem sucesso. Ela conta que foi enganada por um rapaz que se apresentou como funcionário da Caixa e pediu a ela R$ 8 mil. Em troca, ele providenciaria para que a casa ficasse com Luciana.

Desesperada e chorando, a dona de casa, mãe de três filhos com idades entre cinco e nove anos, disse que pediu dinheiro ao pai para dar ao rapaz e agora não consegue localizá-lo. “Acho que ele fez isso com outras pessoas também”, ressalta. Segundo Luciana, ele chegou a ir ao local algumas vezes, porém quando começou o boato de que haveria reintegração de posse, ele desapareceu.

Luciana diz que há dez anos fez um cadastro na EMHA (Empresa Municipal de Habitação) e agora não tem para onde levar a família. “O rapaz disse que em último caso eu seria transferida para outro bairro”, ressalta.

Sem alternativa, ela, o marido, que é segurança e os filhos, ficarão por um tempo na casa da mãe. “É muito fácil vir aqui tirar a gente porque eles tem onde morar”, lamenta.

Também inconformada com a desocupação, a recreadora Marcele de Castro Banega, 27, conta que morava com o marido Eliseu Justiniano, 33 e os três filhos com idades entre dois e seis anos, na casa de uma tia no Jardim Noroeste. "Como o filho dela veio de outra cidade, ela pediu a casa e tivemos que sair", relata.

Por indicação de uma amiga, a família chegou às casas do PAC. De acordo com Marcele, alguns imóveis estavam arrombados e danificados. Ela e o marido realizaram os reparos e passaram a morar no local. Agora ela terá que levar sua mudança para a casa de um amigo no Jardim Noroeste.

Com uma renda R$ 1,3 mil, ela diz que o dinheiro não é suficiente para as despesas com as crianças e ainda pagar as contas de água e luz. "É muito triste, porque eu realmente preciso, não tenho pra onde ir, estou desesperada", disse. 

A retirada das famílias acontece de forma pacífica e os móveis estão sendo transportados por três caminhões para locais indicados pelos famílias ou para um depósito da Caixa.

Policiais federais cumpriram ordem da Justiça Federal (Foto: Marcos Erminio)
Policiais federais cumpriram ordem da Justiça Federal (Foto: Marcos Erminio)
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