Após fim de contrato com hospital, Capital perde 55 leitos do SUS
Instituição privada recebeu repasses da Secretaria Estadual de Saúde para mantê-los até novembro

O contrato que o Hospital Adventista do Pênfigo tinha com a SES (Secretaria Estadual de Saúde) terminou no último domingo (30), deixando Campo Grande com 55 leitos a menos disponíveis para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
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Campo Grande perdeu 55 leitos do Sistema Único de Saúde após o encerramento do contrato entre o Hospital Adventista do Pênfigo e a Secretaria Estadual de Saúde, em 30 de novembro. Do total, 15 eram leitos de UTI e 40 clínicos. O hospital ofereceu 53 novos leitos à Secretaria Municipal de Saúde em setembro, mas ainda não obteve resposta. A Capital já enfrenta déficit na rede pública, necessitando de aproximadamente 500 leitos adicionais para começar a reverter o problema, segundo estimativas da antiga gestão municipal.
Desse total, 15 eram leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 40 eram clínicos. A assessoria de imprensa da instituição afirmou hoje (3) que ofereceu as vagas à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) por meio de um novo contrato, mas que não recebeu resposta até agora.
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A proposta foi feita em setembro deste ano. Seriam 18 leitos de UTI e 35 leitos clínicos, 53 no total. "Até o momento não recebemos resposta oficial — apenas tratativas em reuniões", diz o Pênfigo.
À reportagem, a pasta municipal disse em nota que "permanece em tratativas constantes com os hospitais para ampliar a oferta de leitos clínicos e de terapia intensiva, garantindo o atendimento à população local".
A Sesau já tem contrato vigente com Pênfigo para atendimento de casos de baixa e média complexidade em ortopedia. A pasta não informou se pretende aceitar a oferta dos 53 leitos e nem se negocia com outros hospitais para repor as vagas perdidas.
Já a SES pontuou que, caso seja constatada a necessidade de novo convênio com o Hospital Adventista, "a solicitação deve ser formalizada pelo município de Campo Grande, responsável pela pactuação dos leitos junto ao hospital". Questionada, a pasta não justificou por que abriu mão da parceria com o hospital privado, apesar da possibilidade de renovação e da falta de leitos que a Capital enfrenta.
"O convênio de leitos mantido com o Hospital do Pênfigo sempre teve caráter temporário, com data de início e data de término previamente estabelecidas, não se tratando de um serviço permanente da rede estadual de saúde", finalizou a SES.
Aditivado pela última vez em dezembro do ano passado, o contrato entre a SES e o Pênfigo formalizou o repasse de R$ 25 milhões para o atendimento de pacientes da rede pública.
Falta de leitos - O número de leitos perdidos na rede pública de Campo Grande é muito inferior ao déficit enfrentado, que se reflete em longas esperas para a liberação de vagas e pedidos de vagas com urgência à Justiça.
Segundo dados de abril deste ano, a Capital tinha 1.753 leitos para pacientes do SUS e mais 1.276 para pacientes da rede particular. Em entrevista dada à época em que os números foram consultados, a ex-secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, estimou que seriam necessários cerca de 500 leitos a mais para começar a reverter minimamente o problema. "Numa escala maior, seriam 1.000, considerando que os hospitais precisam ter uma retaguarda. Não podem ficar com 100% dos leitos ocupados", complementou.
A sobrecarga é crítica no primeiro semestre do ano, quando as doenças respiratórias pressionam o sistema de saúde, e também em feriados e fim de ano devido ao aumento do número de acidentes de trânsito.
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