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Capital

Após morte, funcionários da GVT fazem protesto por segurança

Luciana Brazil | 11/06/2013 10:22
Funcionário mostra ferimento depois de acidente de trabalho há 10 dias. Segundo ele, até agora não foi registrado o CAT.
Funcionário mostra ferimento depois de acidente de trabalho há 10 dias. Segundo ele, até agora não foi registrado o CAT.
Trabalhadores se reuniram em ato de repúdio pela morte de colega. (Foto: Cleber Gellio)
Trabalhadores se reuniram em ato de repúdio pela morte de colega. (Foto: Cleber Gellio)

Funcionários da GVT (Global Village Telecom) protestaram na manhã de hoje, em frente à empresa, em Campo Grande, pela morte do empregado Julio Cezar Castilho, 36 anos, que caiu de um telhado no último sábado, na Capital, enquanto fazia instalação de uma televisão.

Reunidos em um ato de repúdio pela tragédia, os funcionários também denunciaram a falta de equipamentos e o excesso de trabalho. O manifesto começou na rua e foi contido para dentro da empresa.

De acordo com o Sintel/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Mato Grosso do Sul), a operadora não possui técnicos ou engenheiros de segurança na Capital, e apesar dos funcionários terem acumulado funções, com a expansão da empresa, a remuneração não sofreu alteração.

“A gente só fazia a instalação e reparação de telefones, e depois que a empresa ampliou os trabalhos, passamos a fazer instalação de TV (televisão), mas o salário continuou o mesmo”, apontou um dos funcionários.

Outra denúncia é em relação ao CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho), que segundo o sindicato, deve ser feito junto ao Ministério do Trabalho, até 48 horas depois de alguma ocorrência. Porém, em vários casos a operadora não estaria cumprindo a legislação.

“Eu me acidentei há 10 dias e até hoje a empresa não fez o CAT”, contou o instalador de linha telefônica Ricardo Versoza, 36 anos, que machucou a mão em um acidente de trabalho.

Segundo os funcionários, a perícia já teria constatado que Julio Cezar estava sem equipamentos. Eles alegam que os EPI (Equipamento de Proteção Individual) ou EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) não ficam dentro dos veículos, como deveria acontecer. “Em todos os lugares o equipamento fica dentro do carro. Esse é o correto. Aqui, a gente tem que pegar antes de sair".

Ricardo ainda lembra que o colega de trabalho que morreu não usava equipamentos porque não tinha. "Eles (perícia) refizeram todo o trabalho dele, filmando e tirando foto. Quero só ver se eles vão dizer que foi o garoto (Julio Cezar) que errou", disparou.

“Se fosse uma terceirizada, ainda passa. Agora uma operadora, desse porte, com essas falhas? Não tem cabimento”, disse o presidente do Sintel Rafael Gonzalez.

A carga horária, de 44 horas semanais, tem sido acrescida de horas extras exacerbadas, segundo o Sintel. “Por falta de funcionários, eles começam a fazer muita hora extra. Julio Cezar morreu no sábado às 17 horas da tarde. Essa hora ele já devia estar em casa, descansado”, comentou Rafael.

Até o fechamento da matéria a operadora ainda não havia se pronunciado sobre as denúncias dos trabalhadores. No dia do acidente, uma nota de pesar foi divulgada pela empresa.

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