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Após mortes e tiroteio, moradores do Montevidéu querem deixar bairro

Após mortes e tiroteio, moradores do Montevidéu querem deixar bairro

Alan Diógenes | 03/08/2014 08:03
Antônia quer vender casa onde filho foi assassinado e sair do bairro. (Foto: Marcelo Calazans)
Antônia quer vender casa onde filho foi assassinado e sair do bairro. (Foto: Marcelo Calazans)

Depois da morte de Adair José Gonçalves Batista, 21 anos, no último final semana, e do tiroteio onde o irmão dele foi baleado na rua Panonia, no Jardim Montevidéu, moradores da região estão assustados com onda de violência no local. Algumas pessoas já estão até pensando em vender a casa e se mudar para outro lugar.

Este é o caso da diarista Antônia Moraes Ruriz, de 46 anos, que também teve o filho assassinado na frente de casa há sete anos. Moradora na Travessa Imbu, rua acima da onde aconteceu os últimos crimes, ela disse que decidiu vender a casa e sair da região. “Meus netos pequenos não podem ficar no meio dessa malandragem. Por que do jeito que as coisas estão acontecendo durante o dia, tenho medo que aconteça algo com essas crianças. Esses dias mesmo eu vi um homem passando de moto aqui com uma arma na mão sem receio algum", comentou.

Ao lado da dona de casa Ana Borges, 64, a jaqueta do homem baleado ainda está em cima de um monte de pedras com furos de bala e marcas de sangue. Ainda tentando superar o desaparecimento do filho pedreiro Lauri Borges, 41, que sumiu há 28 dias nas proximidades do bairro, ela pediu mais segurança e policiamento.

Sem esperanças de quem o filho ainda esteja vivo, Ana conta como foi que ele desapareceu. “Ele tinha voltado do serviço e os vizinhos disseram que uns homens o levaram de dentro de casa. Ele saiu sem documentos e apenas com a roupa do corpo. Acredito que esse ele estivesse vivo já tinha ligado ou avisado alguém da família”, destacou.

Uma moradora em frente ao local do tiroteio, que pediu para não ser identificada, afirmou que viu como tudo aconteceu e conhece os envolvidos no tiroteio. Ela disse que no bairro existe a “lei do silêncio” imposta pelos bandidos, onde os vizinhos não podem comentar o acontece por lá. Segundo ela, os meliantes também deram o toque de recolher, após as 18h ninguém pode sair de casa. “Ainda bem que eles avisam, aí ninguém sai de casa para não acontecer o pior”, explicou.

Sobre o fato das pessoas quererem mudar de bairro, o pedreiro Elias Rodrigues Barcelos, 38, falou que essa não é a melhor solução a se tomar. “O povo não pode mudar daqui por causa de bandido. Não é justo os bandidos tomarem conta e as pessoas de bem terem que se mudar por causa deles. Acredito que a lei tem que ser mais rígida para punir esses infratores”, finalizou.

O filho da dona de casa Ana sumiu há 28 dias na região e até agora ela não teve notícias de seu paradeiro. (Foto: Marcelo Kalazans)
O filho da dona de casa Ana sumiu há 28 dias na região e até agora ela não teve notícias de seu paradeiro. (Foto: Marcelo Kalazans)
Jaqueta de jovem baleado ainda permanece na rua onde tudo aconteceu. (Foto: Marcelo Calazans)
Jaqueta de jovem baleado ainda permanece na rua onde tudo aconteceu. (Foto: Marcelo Calazans)
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