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Capital

Após protesto, Emha cadastra famílias de invasão e derruba “casas” vazias

Na sexta-feira (10), as famílias protestaram em frente à Prefeitura de Campo Grande após nova notificação de desocupação da área

Danielle Valentim e Bruna Kaspary | 13/08/2018 11:01
Muitas famílias não concordam com a derrubada das casas já erguidas. (Foto: Bruna Kaspary)
Muitas famílias não concordam com a derrubada das casas já erguidas. (Foto: Bruna Kaspary)

Equipes da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) iniciaram os cadastros de moradores da área invadida ao lado do Condomínio Varandas do Campo, no Jardim Centro Oeste, região sul de Campo Grande. Na oportunidade, equipes da Prefeitura derrubam casas vazias, com intuito de barrar “aproveitadores”.

Na sexta-feira (10), as famílias protestaram em frente à Prefeitura de Campo Grande após nova notificação de desocupação da área. A Justiça concedeu nova liminar de reintegração à massa falida da construtora mexicana Homex.

Nesta manhã, a ação da prefeitura divide opinião no local. Muitas famílias não concordam com a derrubada das casas já erguidas. Segundo o diretor da Emha, Eneas José de Carvalho Netto, foi feito um levantamento prévio de quais residências estariam ocupadas e quais estariam vazios e hoje, as equipes foram deslocadas para a região.

Cristina Maria da Cruz, de 39 anos, tem quatro filhos e é uma das pessoas que tiveram a casa marcada para ser demolida. Ela conta que tem cadastro da Emha há 20 anos e começou a construção na área em fevereiro. Para evitar a demolição, a mulher chegou a colocar seu carro na frente.

“A casa vai ser demolida porque eu ainda não tive condição de colocar um telhado. Não moro nela porque ainda estou de favor na casa da minha mãe”, disse.

Uma das moradoras chegou a dizer que estava em uma das casas derrubadas por equipes da prefeitura. No entanto, Eneias declarou que a mulher é de Goiás e chegou a região, há um mês.

Conforme Eneas, a reintegração será feita somente após todas as famílias que residem no local sejam realojadas.

A área, atualmente, conta com mais de 1,5 pessoas, segundo a coordenadora do protesto. No entanto, a prefeitura não tem um balanço oficial de quantas pessoas estejam residindo na região invadida. Nesta manhã ônibus ajuda no transporte dos manifestantes.

Impasse- Na sexta, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) reiterou que há uma negociação entre a massa falida da empresa mexicana e a prefeitura para a compra da área, contudo, as avaliações indicavam que essa valeria R$ 7 milhões, enquanto a Homex exige R$ 33 milhões.

A Emha (Agência Municipal de Habitação) pontua que a Prefeitura de Campo Grande não ingressou com a ação de reintegração de posse, sendo a própria empresa Homex a autora do processo.

Não haverá doação - Marquinhos Trad ressalta que a área seria comprada para revendas às famílias. “Se todas as vezes fora dar casa para quem invade vai ser uma onde de invasão pela cidade. Essa cidade tem ordem não vou admitir pessoas sendo beneficiadas com residências porque invadem”, disse.

Além disso, a Emha garante que está disposta a tratar administrativamente da situação dessas famílias, no caso, realizar cadastros, bem como verificar uma possibilidade futura de reassentamento, mas não é possível apresentar uma solução imediata para questão, já que é preciso acatar a decisão judicial.

Atualmente, há um déficit habitacional de mais de 42 mil famílias à espera do benefício da moradia de interesse social. Elas aguardam a oportunidade dentro da legalidade, e dessa maneira, a Agência não pode preteri-los para fins de atendimento de público invasor de área, seja ela pública ou particular.

Veja a derrubada das casas:

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