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Capital

Após ver “colegas de crime” assassinados, preso por tráfico pede liberdade

Hemerson Porto Chagas foi preso no dia 26 de setembro com Elizeu Ribeiro de Jesus e Heverthon Guimarães Santana, ambos encontrados mortos em celas do Presídio de Trânsito

Geisy Garnes e Viviane Oliveira | 18/10/2018 18:40
Armas apreendidas com o trio no dia 26 de setembro (Foto: Divulgação PRF)
Armas apreendidas com o trio no dia 26 de setembro (Foto: Divulgação PRF)

Depois da morte de Elizeu Ribeiro de Jesus e Heverthon Guimarães Santana, de 25 e 30 anos, dentro de celas do Presídio de Trânsito de Campo Grande, Hemerson Porto Chagas, preso junto com eles no dia 26 de setembro, encontrou com pedido de liberdade alegando “risco de vida”.

O pedido foi protocolado pelo advogado de Hemerson na noite de ontem, horas depois da dupla ser encontrada morta nas celas 6 e 7 do estabelecimento penal. No documento, o defensor Ubirajara de Siqueira Filho explica que o cliente é de Cuiabá (MT), foi preso sem saber que ajudava a transportar drogas e agora corre risco dentro da unidade.

O prisão do trio aconteceu no dia 26 de setembro, durante uma abordagem da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-163. Elizeu conduzia um Chevrolet Onix quando passou pela barreira policial, no entanto fugiu, foi perseguido e parado quilômetros depois. No carro foram encontrados 255 quilos de maconha, 135 munições - 50 delas calibre 38, outras 50 calibre 9 mm e 35 calibre .12 - além de três armas, duas delas de uso restrito.

Hemerson e Heverthon foram abordados em outro veículo, um Volkswagen Voyage, a alguns quilômetros da prisão de Elizeu. Segundo a polícia, os dois faziam o trabalho de batedor da carga e receberiam R$ 2,5 mil cada para “escoltar” o Onix até Cuiabá.

Os três tiveram as prisões preventivas decretadas no dia seguinte e foram enviados ao Presídio de Trânsito. Na madrugada desta terça-feira (16), Elizeu foi espancado e asfixiado com um cinto pelo colega de cela Diogo Guilherme da Silva Firmino, 22 anos. Já Heverthon foi encontrado enforcado na cela ao lado.

No pedido ao juiz, a defesa reforçou que os supostos comparsas do cliente foram brutalmente assassinados, e por isso Hemerson também corria riscos, já que possivelmente os “verdadeiros criminosos pretendem apagar arquivo”.

Afirmando que o cliente tem residência fixa, é réu primário, não possui nenhuma passagem pela polícia e ainda que foi “obrigado a conduzir o veículo”, sem saber que ajudava no transporte de droga, a defesa pediu a liberdade provisória para o cliente, a revogação ou o relaxamento da prisão com transferência do interno.

Reforçando que “o estado tem obrigação de salvaguardar a vida do custodiado”, a defesa pediu proteção a Hemerson, ou de preferência a transferência para Cuiabá, no presídio de Carumbé. Para tentar os benefícios ao cliente, o advogado sugeriu o pagamento de fiança, medidas cautelares e até o uso de tornozeleira eletrônica. Ainda não há resposta ao pedido.

Morte - Diogo Guilherme da Silva Firmino confessou ter assassinado Elizeu logo após o corpo sem encontrado. Em depoimento ele contou que há 4 dias havia brigado com a vítima por causa de um baralho. Ontem eles voltaram a discutir, dessa vez porque um queria dormir e o outro assistir televisão.

Durante a briga, Diogo - que está preso desde março por tráfico - desceu de sua cama, que fica na parte superior, e foi para cima do colega e deu um chute com os dois pés no peito dele. Elizeu caiu e bateu a cabeça na parede perto do banheiro e ficou desacordado. O suspeito aproveitou a situação e agrediu a vítima com vários socos batendo a sua cabeça contra o chão.

Ao perceber que o rapaz ainda respirava, o interno pegou um saco plástico passou em volta do pescoço dele e com um cinto o sufocou até a morte. Para a polícia, Diogo negou que o crime foi a mandado de facção criminosa e também o envolvimento com a morte de Heverthon. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil.

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