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Capital

Artistas fecham a Afonso Pena em protesto contra apreensão de obra

Obra da exposição da "Cadafalso" foi apreendida ontem

Leonardo Rocha e Lucas Arruda | 15/09/2017 12:30
Artistas realizam protesto na Avenida Afonso Pena (Foto: Marina Pacheco)
Artistas realizam protesto na Avenida Afonso Pena (Foto: Marina Pacheco)

Um grupo de 50 artistas fechou a Avenida Afonso Pena, com a rua 14 de Julho, em protesto contra a apreensão do quadro “Pedofilia”, que estava no Marco (Museu de Arte Contemporânea), em exposição da artista Alessandra Cunha Ropre. Eles fizeram uma encenação de atos de "censura", para alertar a sociedade.

Os artistas fechavam um dos lados da Afonso Pena, mesmo com o sinal fechado, para encenar aos motoristas e pessoas que passavam pelo local, uma representação de censura, com um ator usando chicotes, açoitando pessoas amarradas por um cordão. Eles falavam palavras de ordem, dizendo que a "arte estava sofrendo censura e sendo cerceada".

A Policia Militar estava acompanhando a manifestação, mas não houve nenhum incidente. Neste momento de performance nos cruzamentos (Avenida Afonso Pena, com a rua 14 de Julho), o trânsito ficava um pouco mais lento, gerando início de congestionamento, no entanto as intervenções eram rápidas e logo as pistas liberadas.

O artista Fernando Cruz disse que esta manifestação tinha o objetivo de denunciar a "censura", que segundo ele, já está se espalhando por todo País, tendo agora este caso em Campo Grande. "Temos que lutar para que esta prática não se torne algo recorrente, precisamos denunciar estes atos (censura) para a sociedade".

Fernanda Kunzler também criticou a postura dos deputados que denunciaram a obra de arte, além da postura das autoridades que resolveu apreender o quadro. "A arte nunca pode ser censurada, assim como a liberdade de expressão, que está prevista na nossa Constituição Federal".

Artistas fizeram encenação sobre censura (Foto: Marina Pacheco)
Artistas fizeram encenação sobre censura (Foto: Marina Pacheco)

Apreensão - A Polícia Civil apreendeu ontem (14) o quadro “Pedofilia”, que estava em exposição no Marco (Museu de Arte Contemporânea), no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Apesar de estar no lugar desde junho, só ontem a mostra gerou denúncia à DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), por deputados estaduais que apontaram apologia à pedofilia nas obras.

O delegado Fabio Sampaio, acatou o argumento e apreendeu uma das obras, alegando que há incitação ao crime. A artista se surpreendeu com toda repercussão sobre o quadro, dizendo que a intenção era provocar a reflexão e discussão na sociedade, criticando o machismo, abuso sexual e pedofilia.

O movimento contra a exposição “Cadafalso”, da artista foi o centro de acalorados debates na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, de quinta-feira (14). Os deputados classificaram a obra da artista como promoção “de sacanagens e desrespeito à família e aos bons costumes”, depois Paulo Siufi, Herculano Borges e Coronel David, fizeram a denúncia oficialmente.

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