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Capital

“As brigas eram constantes”, diz testemunha sobre militar que matou a esposa

Tamerson teve a prisão em flagrante convertida em preventiva em audiência de custódia realizada ontem

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 09/02/2022 12:18
Delegada Ana Paula Trindade durante coletiva de imprensa nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegada Ana Paula Trindade durante coletiva de imprensa nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

Testemunha, amiga da vítima ouvida na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) disse que as brigas entre Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, e o 2º sargento da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro de Souza, de 31 anos, eram constantes.

Segundo a delegada Ana Paula Trindade, responsável pelo caso, a testemunha relatou que as brigas eram sempre por causa do comportamento da vítima. Em depoimento, o militar contou que os desentendimentos entre os dois teriam começado, porque a mulher “fumava, bebia muito e consumia cocaína”.

“O que usam como justificativa é sempre o comportamento da mulher, a gente tem um padrão para seguir, se foge desse padrão, se a gente resolve se comportar que nem o homem, causa problema nos relacionamentos”, disse a delegada durante coletiva de imprensa realizada nesta manhã.

A amiga disse que apesar da brigas, Natalin nunca havia sido agredida. Porém, a avó contou que recentemente a neta tinha sido ameaçada por Tamerson, mas a vítima não registrou boletim de ocorrência. O militar passou ontem por audiência de custódia na Justiça, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e vai responder por feminicídio e ocultação de cadáver.

Depoimento - O militar afirmou ainda que já havia tentado se separar, mas Natalin não aceitava. A convivência se tornou insuportável, uma vez que o casal brigava pelo menos três vezes na semana, e há aproximadamente cinco meses, os dois não faziam mais sexo, também detalhou o sargento. A polícia apura se Natalin foi torturada antes da morte. Ela tinha fratura em um dos braços e marcas que parecem ser de queimaduras de cigarro nas pernas, além do pescoço quebrado.

A vítima foi assassinada na última sexta-feira (04), em Campo Grande. O corpo foi encontrado no domingo (6), pelo funcionário de uma fazenda, no matagal ao lado da porteira de entrada de uma propriedade rural, no Km 372 da BR-060. Ela não portava documentos e foi identificada depois.

O militar da Aeronáutica, marido da vítima, foi preso nesta segunda-feira (7) na Base Aérea e confessou o crime. Ele chegou a levar a filha do casal para a escola, com o corpo dentro do carro, antes de jogá-lo no mato.

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