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Capital

Às vésperas de júri do assassino dos pais, irmãs falam da saudade diária

Casal morreu ao ter carro atingido por motorista que estava alcoolizado, em alta velocidade e na contramão

Clayton Neves e Mirian Machado | 06/07/2019 16:53
Retrato conde aparece Luiz e Aparecida em cima de estante e as irmãs Fernanda e Flávia ao fundo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Retrato conde aparece Luiz e Aparecida em cima de estante e as irmãs Fernanda e Flávia ao fundo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na sala da casa onde as irmãs Fernanda e Flávia moram, em Campo Grande, ainda está o retrato com a foto em que os pais aparecem sorrindo. O local que já foi ponto de encontros alegres, hoje guarda tristeza provocada pela saudade de Luiz Vicente da Cruz, de 69 anos, e Aparecida de Souza da Cruz, de 59, mortos na manhã do dia 15 de junho de 2018 após o carro em que eles estavam ser atingido pelo veículo conduzido por Saulo Lucas Barbosa Vieira, que estava alcoolizado, na contramão e em alta velocidade. Preso, o motorista aguarda por julgamento marcado para o dia 2 de agosto.

Em poucos minutos de conversa as lembranças voltam e as lágrimas já aparecem no rosto das irmãs. Fernanda de Souza Cruz, de 39 anos, lembra que morava em Dourados quando os pais morreram. “Mesmo com a distância eu falava com eles todos os dias”, lembra. Depois que Luiz Vicente e Aparecida partiram, ela conseguiu transferência do serviço para atuar na Capital e foi morar com a irmã. Juntas, uma é suporte da outra para enfrentar a saudade.

A caçula, Flávia de Souza da Cruza, de 37 anos, morava com o casal Santo Amaro e recorda dos momentos que viveu com os pais na casa. “Todos os dias eles acordavam cedo e meu pai deixava minha mãe no serviço. Depois disso ele voltava para tomar café comigo. Era sempre assim”, lembra.

As duas lembra que o casal, que morreu junto, permaneceu junto durante 44 anos. Contudo, a história de Luíz e Aparecida é ainda mais antiga. “Eles se conheciam há 55 anos porque eram vizinhos. Depois disso, namoraram um ano e ficaram casados por 43 anos. O amor deles criou braços que abraçaram parentes e amigos que hoje estão em luto”, lembra Fernanda.

Fernanda e Flávia na sala da casa onde os pais moravam, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Fernanda e Flávia na sala da casa onde os pais moravam, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Agora, às vésperas do julgamento de Saulo, Flávia e Fernanda afirmam que não querem vingança, mas esperam que a justiça seja feita pelos pais e que o autor pague pelo crime que cometeu. “Ainda é muito triste lidar com tudo o que aconteceu. Meus pais eram cheios de vida, honestos. O outro Queremos que a justiça seja feita para que outras famílias vejam nosso caso e tenham esperança”, esperam.

O julgamento de Saulo será conduzido pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande e está marcado para a manhã do dia 2 de agosto, no Fórum de Campo Grande. Tentamos falar com o advogado que faz a defesa dele, mas não conseguimos contato.

O caso - O acidente ocorreu ontem (15) por volta das 5h30, na rua Marechal Cândido Mariano Rondon, na área central de Campo Grande. No trecho que fica entre a Rua Aquidauana e a Avenida Calógeras foi interditado.
A colisão aconteceu entre um veículo Fiat Uno (branco), que invadiu a rua em contramão, atingindo o Corsa Sedan (prata), onde estava o casal Luiz Vicente da Cruz e Aparecida de Souza Cruz. Os dois morreram no local.

O motorista do Fiat Uno, Saulo Lucas Barbosa Vieira, 27 anos, seguiu para Santa Casa e depois foi preso por provocar o acidente e dirigir sob efeitos de álcool. Ele já havia sido detido em outra ocasião, justamente por conduzir veículo embriagado. Porém naquela oportunidade, em dezembro de 2016, ele pagou fiança e foi liberado pela Justiça.

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