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Capital

Bairro campeão em focos de dengue tem sujeira e terrenos baldios

Aliny Mary Dias | 22/05/2014 09:30
Recipientes que acumulam água são encontrados aos montes em bairro (Foto: Cleber Gellio)
Recipientes que acumulam água são encontrados aos montes em bairro (Foto: Cleber Gellio)

No ranking dos bairros de Campo Grande com maior quantidade de focos da dengue, o líder é o Jardim Noroeste, situado na região leste da cidade. O bairro tem infestação de 5,6%, cinco vezes superior ao limite considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde. Entre os moradores, o sentimento é de revolta pela falta de cuidado de alguns que possuem terrenos baldios fechados e de outros que não se importam com a sujeira.

Em uma volta rápida no bairro, é fácil encontrar focos da dengue. Recipientes que acumulam água são encontrados aos montes em terrenos baldios e até em quintal de casas. Os terrenos baldios, inclusive, são os responsáveis pelas reclamações de quem vive no bairro.

“Tem muita gente que mora em outro lugar e tem terrenos aqui. As pessoas passam cadeado, fecham tudo e não se preocupam em cuidar. Eu limpo o meu quintal, mas como vou competir com um terreno desse?”, questiona o eletricista Dirceu dos Santos, 56 anos.

Na Rua Esmeraldo Maluf, em duas quadras, pelo menos três grandes terrenos sem moradia, mas lotados de mato e sujeira tiram o sono dos moradores.

Dirceu garante que limpeza do quintal é constante (Foto: Cleber Gellio)
Dirceu garante que limpeza do quintal é constante (Foto: Cleber Gellio)

Para quem já foi picado pelo mosquito Aedes aegypti e ficou vários dias se sentido inválido, a prevenção é a melhor saída. Conceição Alves de Souza, 55 anos, mora há três anos no bairro e contraiu a dengue no ano passado. Ela conta que esse ano a quantidade de vizinhos doente está menor, mas a atenção continua.

“Eu deixo tudo limpo, sempre cuido do meu quintal e meus vizinhos também. O problema são pontos do bairro que tem bastante ferro velho e sujeira”, diz.

Mutirão – Para tentar diminuir os focos do mosquito, equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Público) fazem mutirão no bairro há duas semanas. São mais de 20 agentes que trabalham na orientação sobre os cuidados aos moradores e notificam terrenos baldios.

Sônia do Nascimento é uma das agentes e conta que a dificuldade encontrada por eles é o acesso em muitos locais. “Muitos terrenos estão cadeados e impedem nossa entrada, nós vemos que tem bastante sujeira e criadouros, mas não podemos entrar”, diz.

Nesses casos, os agentes fazem uma notificação e repassam para o supervisor de cada área. Posteriormente, a prefeitura pode ser acionada para autuar donos de alguns terrenos.

Equipes da Sesau fazem mutirão (Foto: Cleber Gellio)
Equipes da Sesau fazem mutirão (Foto: Cleber Gellio)

Quando o morador está na casa, a visita dura cerca de 10 minutos, mas há situações tão graves que os agentes são obrigados a fazer um trabalho de convencimento. Na casa de Gerônimo Gimenes, 53 anos, o lixo orgânico e os recipientes que acumulam água chamam a atenção.

“Aqui a gente orienta e notifica porque tem muito lixo. O morador disse que está há uma semana aqui, nesse caso eu oriento a procurar o dono do terreno e fazer uma limpeza”, completa Sônia.

Dados - O levantamento divulgado ontem (21) pela Sesau apontou 509 casos em abril e 97, nos 19 primeiros dias de maio.

Os bairros Vida Nova e Nova lima apresentaram índice de infestação de 5,4% e o Jardim Itamaracá é de 4,5%. Em 2013, Campo Grande registrou 46.654 casos de dengue e 12 mortes contra 2.572 notificações e nenhum óbito até 19 de maio.

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