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Capital

Bairro não recebe visita de agentes de saúde há seis meses, diz moradora

Prefeitura prometeu averiguar situação na região

Ricardo Campos Jr. | 08/01/2016 16:13
Lúcia mostra a tabela com os registros das visitas dos agentes de saúde. A última foi em julho de 2015 (Foto: Gerson Walber)
Lúcia mostra a tabela com os registros das visitas dos agentes de saúde. A última foi em julho de 2015 (Foto: Gerson Walber)
Detalhe mostra a data da última visita (Foto: Gerson Walber)
Detalhe mostra a data da última visita (Foto: Gerson Walber)

Em meio a uma epidemia de dengue, o Jardim das Cerejeiras não recebe a visita de agentes comunitários de saúde ou de endemias há exatos seis meses. O problema, apontam moradores, é que o local tem vários terrenos baldios e áreas com lixo acumulado nas ruas, que são potenciais criadouros para o mosquito que transmite a doença, o Aedes aegypti.

A dona de casa Lúcia Echeverria, 63 anos, guarda as tabelas com o registro das vistorias feitas em casa. O último deles ocorreu no dia 11 de julho de 2015, porém, segundo ela, desde 2004 que a presença desses profissionais no bairro não tem sido regular e ocorre com vários meses de diferença.

“Quem sabe se agora, com esse aumento de R$ 300 [no adicional de produtividade], eles vêm”, opina a moradora. Segundo ela, em outros tempos quem visitava no local era um vizinho chamado Renato, que trabalha na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

“Ele marcava consultas e perguntava até se estávamos precisando de remédios”, conta. Quando ele foi designado para outra área, o Jardim das Cerejeiras ficou abandonado, conforme Lúcia.

A dona de casa é um exemplo em termos de limpeza. É possível notar que o quintal é varrido frequentemente e não há plantas ou objetos que possam acumular água. No entanto, os vizinhos não têm esse mesmo zelo.

“Da última vez que o agente veio aqui encontrou um foco de dengue na casa ao lado, mas a dona não aceitou e o expulsou”, lembra. Lúcia calcula se desde então ninguém mais conferiu o local a situação não possa estar pior.

Na frente da casa dela, o dono de um terreno baldio sinalizou que iria limpar a área para construir um imóvel. Máquinas chegaram a ir até o local, mas apenas acumularam o lixo. A montanha de terra já deu lugar a um grande morro de mato alto.

Por conta da sujeira nas casas e áreas ao redor, a família de Lúcia tem sofrido com a presença de insetos, ratos e animais peçonhentos. “Já apareceram uns caramujos marrons, aranhas e piolhos-de-cobra”, conta.

A dona de casa não tem telefone fixo, somente celular, e por isso não chegou a acionar a Prefeitura para comunicar o problema. Diz ter recebido orientação para ir até a unidade de saúde mais próxima e fazer o aviso.

Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que no Jardim das Cerejeiras há locais em que as visitas são de responsabilidade dos agentes comunitários de saúde e, em outros, pelos agentes de endemias. Cada profissional tem, em média, de 150 a 180 casas para vistoriar.

O órgão prometeu checar o que está havendo nessa situação específica e reforçou o pedido à população para que denuncie casos como esses pelo número 156 ou para a ouvidoria pelo 3314-4639.

Lúcia mantém o quintal limpo, mas os vizinhos não (Foto: Gerson Walber)
Lúcia mantém o quintal limpo, mas os vizinhos não (Foto: Gerson Walber)
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