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Capital

Bernal exonera 26 diretoras de Ceinf, que reclamam de retaliação política

Quase um terço das diretoras foram tiradas dos cargos. Elas afirmam que eram ameaçadas sobre a possibilidade há pelo menos 1 semana

Nyelder Rodrigues, Francisco Junior e Paula Maciulevicius | 06/02/2013 21:51

Foram exoneradas nesta quarta-feira 26 diretoras de Ceinfs (Centros de Educação Infantil) de Campo Grande. Elas alegam que o motivo foi retaliação política e que vinham sendo ameaçadas há pelo menos uma semana em relação à perda dos cargos.

O número de diretoras que foram tiradas dos cargos representa quase um terço do total existente. A demissão foi no reinício dos trabalhos e coincide com uma série de reclamações sobre falta de merenda nos estabelecimentos responsáveis pela educação infantil.

As diretoras receberam a notícia após serem chamadas para ir à SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), e terão a exoneração publicada na edição de quinta-feira (7) do Diário Oficial do Município (Diogrande).

Várias das educadoras exoneradas choraram com a notícia, e houve até discussão entre algumas delas e funcionárias da SAS. As diretoras exerciam cargo comissionado.

“Foi um desrespeito o que fizeram. Foi torturante a última semana, com as ameaças que sofremos”, revela indignada uma das exoneradas, Zelinda Borro de Oliveira, que trabalhava há sete anos no Ceinf Aero Rancho.

Apenas cinco delas eram concursadas, e voltarão a exercer a função de origem. Atualmente, há 96 Ceinfs na Capital, frequentados por 14 mil crianças. O salário das diretoras gira em torno de R$ 3,5 mil.

Outra que estava indignada com a situação era Dulcinete Maria da Luz Souza, que trabalhava no Ceinf Paraíso Infantil, no bairro Lar do Trabalhador, há 12 anos. Ela também alega motivação política e afirma que todas foram pegas de surpresa, apesar das ameaças.

“Sou formada em Pedagogia e tenho duas pós-graduações, além de agora cursar Serviço Social. Tenho toda qualificação para desempenhar a função de diretora”, relata Dulcinete.

A SAS negou que as exonerações tenham cunho político, e que as exoneradas não tinham perfil e nem currículo que se encaixavam nos requisitos para desempenhar a direção, sendo necessária graduação em Pedagogia, pós-graduação em gestão educacional e três anos de experiência em docência.

Além disso, a Secretaria alega que algumas delas haviam sido denunciadas por assédio moral, incluindo desrespeito a outros funcionários de Ceinfs e até com pais de crianças que ali frequentam.

O Campo Grande News apurou que na semana passada, cerca de 40 diretoras participaram de uma reunião na qual foi garantido a elas que seguiriam no cargo, e que a Prefeitura ainda não sabia o que seria feito com o restante. A reportagem também apurou que, durante a noite, foi agendada uma reunião com outras diretoras de Ceinfs na SAS.

As pessoas que vão assumir as 26 vagas abertas já foram escolhidas, e mais currículos estão sendo avaliados para as vagas que serão abertas com a inauguração de outros 19 Ceinfs no futuro. Para esta quinta, a partir das 15h, a secretária Thaís Helena vai começar a agendar reuniões com os exonerados interessados em conversar.

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