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Capital

“Briga foi na esquina e não na minha casa”, diz viúva baleada por policial

Viviane Oliveira | 02/01/2012 20:52
Ionar afirma que a confusão foi na rua com o sobrinho. (Foto: Simão Nogueira)
Ionar afirma que a confusão foi na rua com o sobrinho. (Foto: Simão Nogueira)

"A briga foi na esquina e não na minha casa". A frase é da viúva Ionar Marília Monteiro Pereira, 37 anos, baleada pelo Policial Militar identificado até agora por Samuel, na madrugada do último domingo (1), na rua Barão de Limeira, na Vila dos Pioneiros, em Campo Grande.

De acordo com Ionar, por volta da 1h30 da madrugada a briga começou na esquina da casa dela. Ela foi até o portão ver o que estava acontecendo, quando o policial invadiu a casa atirando.

Ionar levou o primeiro tiro, o marido Wilson Meaurio, 41 anos, levou um tiro no peito, chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Maysson Pereira Meaurio, de 10 anos, filho do casal, foi ferido na perna direita. O irmão dele, Maikson Pereira Meaurio, de15 anos, também foi baleado.

O sobrinho deles, Mateus Quirino Pereira Dias, de 16 anos, foi ferido por dois tiros: um na canela esquerda e outro na coxa direita. Segundo a mãe do Mateus, Valdirene Pereira Monteiro, 40 anos, o garoto pode perder os movimentos da perna.

“Nós somos de Corumbá, o meu filho veio passar as férias na casa da tia e acontece uma barbaridade desta”, afirma Valdirene, ressaltando que o policial atirou em pessoas inocentes.

Ionar alega que a confusão foi na rua com o sobrinho, Márcio Pereira Soares, 22 anos. “A briga não tinha nada a ver com a gente”, afirma a mulher.

O Presos - De acordo com informações que constam no registro oficial sobre o caso, o militar conduzia seu Fox e ao chegar no cruzamento das ruas Barão de Limeira e Padre Damião, Vila Pioneiras, um grupo de cinco a seis pessoas, passou a danificar o veículo com pedras e tijolos.

Na versão das testemunhas, o policial - Samuel - quase atropelou o grupo e ainda teria dito que por ser militar ‘podia tudo’. Em seguida, ele e Márcio brigaram e ambos ficaram feridos.

Maysson de 10 anos recebeu alta na tarde de hoje. (Foto: Simão Nogueira)
Maysson de 10 anos recebeu alta na tarde de hoje. (Foto: Simão Nogueira)

Após a agressão, segundo registro policial, Samuel correu para o interior de uma residência, de onde ligou para a irmã, escrivã da Polícia Civil há nove anos.

Conforme informações oficiais, quando a policial chegou ao local o grupo tentava arrombar o portão do imóvel onde estava Samuel. Ela então fez disparos para baixo e o grupo foi para outra residência onde havia sido realizada uma festa de reveillon.

Em seguida, Samuel foi ao local para onde o grupo havia ido, entrou e atirou. Como a festa já havia acabado, algumas pessoas já estavam dormindo e mesmo sem apresentarem risco ao policial foram baleadas.

O pedreiro Wilson Meaurio, 41 anos, que não estava envolvido na confusão na via pública, foi atingido por um tiro no lado direito do peito e morreu.

Ionar Marília Monteiro Pereira, de 37 anos, ex-mulher de Wilson, foi atingida na coxa direita, fez cirurgia para retirada do projétil e recebeu alta da Santa Casa no fim da manhã desta segunda-feira.

Todos os baleados já receberam alta. Apenas Mateus continua internado e não tem previsão de alta.

Fiança - A policial civil envolvida na confusão que terminou com uma pessoa morta e quatro feridas pagou R$ 1.866 de fiança para ser solta. Ela pagou a quantia referente a três salários mínimos ainda ontem e irá responder em liberdade por disparo de arma de fogo.

Continuam presos o policial militar e Márcio. O primeiro foi autuado por homicídio e pelas tentativas. Márcio, por tentativa de homicídio.

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