Campo-grandense não aguenta e começa a baixar a guarda contra o coronavírus
Trânsito mais agitado e pessoas circulando em praças e avenidas deixam em dúvida se a cidade está cumprindo isolamento social

Os campo-grandenses estão afrouxando as medidas de prevenção contra o coronavírus. Prova disso é que as ruas da cidade estão mais movimentadas e é possível ver famílias inteiras fazendo compras nos supermercados. Também voltaram os vendedores ambulantes, gente unida em roda de conversa e praticantes de esporte em praça. O cenário é bem diferente do início do período de quarentena, no dia 21 de março, quando a Capital de Mato Grosso do Sul ficou silenciosa.
Na Avenida Capibaribe no bairro Silvia Regina a reportagem do Campo Grande News flagrou família em frente à loja de materiais de construção. Em outro trecho, uma vendedora de pães caseiros acompanhada do filho e próximo a um ponto de venda de garapa. Todos eles sem nenhum tipo de equipamento de proteção individual.
A vendedora de pães Jucimara Simão, de 40 anos, conversou com a reportagem. Ela disse ter percebido esse aumento de pessoas nas ruas nos últimos dias. Jucimara chegou a ficar isolada em casa durante alguns dias, mas as contas chegaram e ela não teve outra opção. “Eu to com medo, mas preciso trabalhar. A necessidade faz a gente sair de casa”.
A professora Karine Costa, de 37 anos, e a sobrinha dela Ana Paula Costa também decidiram sair de casa nesta quinta-feira (2). Elas estavam em uma barraca de açaí.
Karine explicou que estava há 20 dias sem sair de casa, mas hoje precisou ir ao mercado para repor o estoque de alimentos e por esse motivo aproveitou para tomar um açaí. Ela diz ser cuidadosa quando o assunto é o coronavírus porque mora com o pai de 70 anos e a mãe de 58, ambos fazem parte do grupo de risco.
Para Ana Paula, o aumento do número de pessoas e carros nas ruas significa que as pessoas estão “perdendo o medo” porque Campo Grande ainda não apresentou número expressivo de casos confirmados. “Por isso não estão levando tão a sério”. Ela diz ter cansado de ficar em casa e acredita que o mesmo sentimento tenha ocorrido em outras pessoas.
Na região da Orla Morena a reportagem observou pessoas caminhando próximas uma das outras e gente andando de skate e no bairro Novo Maranhão uma família sentada em uma roda chamou atenção.
A aposentada Maria de Lourdes Buena, de 62 anos, que estava acompanhada de duas netas e amigo da família justificou que não estava saindo de casa, mas reconheceu que estava muito próxima dos parentes. “É aquele negócio. O brasileiro se acomoda”, declarou ela, reforçando a necessidade de ter saído de casa e da rotina de isolamento para “respirar”.