Com 2 mortes em 48 horas, acidentes são alerta sobre riscos à população de rua
Testemunhas relatam rotina de risco envolvendo pessoas que atravessam a via sob efeito de drogas e álcool
Em 48 horas, duas pessoas morreram atropeladas na Avenida Afonso Pena, região central de Campo Grande. Segundo relatos de comerciantes e trabalhadores do entorno, as vítimas viviam em situação de rua, e os acidentes reforçam cenário já conhecido por quem circula diariamente na região: gente atravessando de forma perigosa fora da faixa de pedestre e com o sinal aberto para veículos. Já é público na cidade que uma legião de pessoas perambula pelo centro sobre efeito de droga álcool.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Dois atropelamentos fatais envolvendo pessoas em situação de rua ocorreram em um intervalo de 48 horas na Avenida Afonso Pena, região central de Campo Grande. O caso mais recente vitimou Rosimar Ferreira dos Santos, 51 anos, atingida por uma caminhonete na noite de terça-feira. Comerciantes e trabalhadores da região relatam que é frequente a travessia irregular de pedestres em situação de rua, muitos sob efeito de drogas e álcool. A Secretaria Municipal de Assistência Social realiza abordagens diárias, com foco na área central, mas ressalta que o acolhimento não pode ser imposto.
Na manhã de hoje, a reportagem flagrou algumas dessas cenas, como de mulher enrolada em cobertor se embrenhava entre carros na Afonso Pena.
O caso mais recente de atropelamento aconteceu na noite desta terça-feira (8). Rosimar Ferreira dos Santos, de 51 anos, foi atingida por uma caminhonete Renault Oroch, no cruzamento com a Rua 13 de Maio, em frente à Praça Ary Coelho. Conforme o BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), a vítima vivia em situação de rua.
Segundo apurado pela reportagem, a motorista seguia no sentido bairro/centro quando sentiu o impacto. Ela parou o veículo logo após a batida e acionou socorro. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estiveram no local, mas Rosimar não resistiu aos ferimentos.
Nesta manhã, comerciantes e trabalhadores da região relataram que a travessia irregular de pedestres em situação de rua, sob efeito de drogas e álcool, é frequente e preocupante. “O movimento deles é constante, principalmente no fim da tarde. Mesmo com o sinal verde para os carros, atravessam no meio da rua”, contou Oscar Martins, de 27 anos, frentista que trabalha há um ano na região. Ele também mencionou o atropelamento ocorrido no último domingo (6), na mesma avenida, envolvendo outra pessoa em situação de rua. “A partir das 17h em diante, a situação piora”, afirmou.
Um mototaxista, que preferiu não se identificar, reforçou a crítica: “Direto você vê eles cruzando a rua sem olhar, no meio dos carros. A gente se acostuma, mas é perigoso. Não tem hora nem dia, acontece o tempo todo”.
Segundo outra testemunha de 59 anos, a motorista envolvida no acidente ficou bastante abalada e esperava apoio em um posto de combustíveis próximo. “Ela falou que faz corrida de aplicativo e tinha vindo de fora, trazendo gente para Campo Grande".

No fim de semana - Na madrugada de domingo (6), um homem ainda não identificado também morreu ao ser atropelado por um Honda Fit preto, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Ernesto Geisel. O corpo foi levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico e identificação. O motorista fugiu do local sem prestar socorro, mas depois se apresentou à Polícia Civil, acompanhado de um advogado. O caso foi registrado como praticar homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e fugir do local do acidente.
Procurada pela reportagem, a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) informou que realiza abordagens diárias nas sete regiões da cidade, com intensificação na área central, onde há maior concentração de pessoas em situação de rua. Em nota, a pasta ressaltou que o acolhimento é uma oferta do serviço social, mas não pode ser imposto, sendo a aceitação uma decisão individual.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.