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Capital

Cansadas de esperar, 900 famílias fazem invasões virar febre na Capital

Leonardo Rocha | 04/11/2013 17:27
Invasão no Jardim das Hortências conta com 100 famílias a espera de um casa ou terreno (Foto: Marcos Ermínio)
Invasão no Jardim das Hortências conta com 100 famílias a espera de um casa ou terreno (Foto: Marcos Ermínio)
Moradores precisam conviver com frio, chuvas e risco de barracos desabarem (Foto: Marcos Ermínio)
Moradores precisam conviver com frio, chuvas e risco de barracos desabarem (Foto: Marcos Ermínio)

Mais de 900 famílias estão em áreas invadidas à espera de uma casa ou terreno em Campo Grande. Eles esperam por uma ação da prefeitura para deixarem de viver em uma situação precária, onde estão convivendo com frio, chuvas e risco de incêndio em lonas e barracos que a qualquer momento podem desabar.

No jardim das Hortências, na região sul da Capital, cerca de 100 famílias ocuparam área pública há um ano e até agora não tiveram nenhuma posição da prefeitura em relação a aquisição de casas populares.

“Temos cadastro na EMHA (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) há 14 anos, mas nunca fomos contemplados, não conseguimos pagar o aluguel de R$ 600,00 no Aero Rancho, foi a nossa última alternativa”, afirmou o pedreiro José Carlos Moreira, 40 anos, que espera que no ano que vêm, época de eleição, a situação seja resolvida.

Aparecida Maria Vicente destacou que quando estiveram no gabinete do prefeito, este “mandou” eles saírem do local, para depois resolver o problema. “Estamos abandonados, ninguém nos dá solução, apenas nos mandam ir embora”.

Flávio da Silva, 26, que vive no local com a esposa e um filho de 1 ano e dois meses destacou que nas ultimas chuvas a sua lona rasgou e quase ocorreu uma tragédia. “Estamos sujeitos a um acidente a qualquer momento”. O cadeirante William dos Santos, 21, destacou que após ser internado na Santa Casa, o barraco foi sua única opção.

“A esperança é a última que morre, vivemos da promessa, tenho dois filhos para criar, quando chove as paredes parecem cair e temos que segurar os móveis para não ir embora”.

Aglomerado – Já na favela conhecida como “Cidade de Deus”, onde moram aproximadamente 600 famílias, a situação é precária e os moradores precisam conviver com temporais e risco de incêndio. “Até o momento com fé não aconteceu nada, mas além do perigo ainda ficamos com medo de sermos despejados, queremos apenas uma casa”, disse Euller Garcia, de 23 anos.

Laura Lopes, 52, destacou que só foi para o local porque avisaram que algumas pessoas foram contempladas. “Eu trabalhava no lixão e não tinha dinheiro para o aluguel, moro aqui com meu neto, mas morro de medo do teto ceder em cima da gente”.

Nova invasão – Na região das Moreninhas, um grupo de 70 famílias invadiu uma área faz dois meses com o objetivo de ser contemplada com terreno ou casa pela prefeitura. “Morava em uma área particular, mas fui retirado, tenho quatro filhos e esposa, se pago o aluguel, não tem dinheiro para comida em casa”.

Antônia Ferreira da Silva, 45, morava em Glória de Dourados e após pagar aluguel de R$ 300,00 ficou desempregada. “Aguardamos uma posição da prefeitura, espero que ele não nos deixe na mão”. Já Carlindo Brito, 54, confia no prefeito e acredita que o grupo será contemplado com uma casa até o final do ano.

Resposta – O secretário de obras, Semy Ferraz, afirmou que a prefeitura está buscando a reintegração de posse das áreas invadidas, já que esta situação “depõe contra cidade” e ainda traz riscos para a população, que vivem em situações precárias.

Ele destacou que a EMHA está realizando um serviço efetivo com “transparência” atendendo a população mais carente e não distribuindo casas a “cupinchas” como era feito no passado. “No início houve ações orquestradas para incentivar estas invasões, mas acredito que agora buscaremos uma solução ao problema”, apontou ele.

Cadeirante teve que optar por barraco após ficar internado na Santa Casa e não conseguir pagar aluguel (Foto: Marcos Ermínio)
Cadeirante teve que optar por barraco após ficar internado na Santa Casa e não conseguir pagar aluguel (Foto: Marcos Ermínio)
Após trabalhar no lixão, a única opção foi recorrer a Cidade de Deus (Foto: Marcos Ermínio)
Após trabalhar no lixão, a única opção foi recorrer a Cidade de Deus (Foto: Marcos Ermínio)

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