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Capital

Cansados de "bagunça", moradores exigem segurança na Orla Morena

Em abaixo-assinado vizinhos pedem instalação de banheiros, mais policiamento e fiscais de trânsito

Yarima Mecchi | 11/03/2017 09:14
Orla Morena. (Foto: Alcides Neto)
Orla Morena. (Foto: Alcides Neto)

Cansados com a bagunça que se forma na Orla Morena, principalmente nas quinta-feiras, quando é realizada a feira do bairro, os moradores do entorno estão fazendo um abaixo assinado para cobrar da Prefeitura de Campo Grande mais segurança e fiscalização no local e nos bairros.

Quem passou a vida ali reclama dos abusos cometidos, principalmente, por adolescentes.


"Eu mudei aqui tinha 10 anos, estou com 65 anos. Vi toda a mudança aqui. Um dia um grupo de adolescentes queria comprar bebida e eu não quis vender, eles quase invadiram para pegar, tive que ser firme", relata o comerciante Gentil Silva, dono de uma mercearia que fica na Avenida Noroeste, em frente a Orla Morena.

Em 2010 o local onde ficava os trilhos da linha férrea deu lugar para parquinhos, pista de skate, quadra esportiva, ciclo via, pista de caminhada. Foram investidos R$ 11 milhões, a maior parte financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em 17 quilômetros de obra, entre as faixas da Avenida Noroeste.

Os moradores reclamam que nas quinta-feiras muita gente frequenta a Orla e o número de usuários de drogas, carros em alta velocidade e de assaltos aumentam. Há 55 anos morando no local, Gentil conta que conhece todos os moradores do bairro e se preocupa com as crianças.

"Quando alguém é assaltado a gente procura até saber quem foi e onde, como conhecemos todos nos preocupamos. O trânsito também preocupa, tem muita criança e tiraram os quebra-molas que tinham aqui na frente. O semáforo não segura os carros", destaca.

Moradores pedem mais faixas elevadas, como esta da foto. (Foto: Alcides Neto)
Moradores pedem mais faixas elevadas, como esta da foto. (Foto: Alcides Neto)
Gentil Silva, comerciante. (Foto: Alcides Neto)
Gentil Silva, comerciante. (Foto: Alcides Neto)

A mercearia de Gentil fica entre as ruas Ana América e Assis Chateaubriand, a seis quadras da Rua Antônio Maria Coelho. "Os carros vem na Antônio Maria Coelho em alta velocidade. Aqui já teve acidente não sei porque tiraram os quebra-molas".

O abaixo assinado pede a instalação de faixas de pedestres elevadas em alguns pontos da Avenida Noroeste. A idealizadora do ato, Neide Oliveira, de 37 anos, afirma que já viu muitas irregularidades e cansada da situação resolveu mobilizar os vizinhos.

"Em quatro dias e meio eu consegui 1050 assinaturas. Moro aqui tem quatro anos e do meu ponto de vista as pessoas tem que fazer alguma coisa", observou.

Com o ato ela pretende conseguir a instalação de banheiros e conseguir a presença de mais policiais pelo local. "Sugeri de que fosse feito no estilo de Barigui (PR). Lá a pessoa paga R$ 1 e usa. Tem um monitor cuidando e limpando. Campo Grande tem um defeito grave de tudo que faz para a população eles jogam para a população", destacou.

A Orla Morena e a falta de policiias aumentaram a violência no bairro, avalia Miguel João Calebis, comerciante de 83 anos e mora no bairro há mais de 40 anos. "Com a Orla e principalmente com a feira, tem muito malandro. Estão roubando crianças voltando da escola. A violência aumentou principalmente depois da Orla. É gente de fora", declara.

Miguel Calepes, comerciante. (Foto: Alcides Neto)
Miguel Calepes, comerciante. (Foto: Alcides Neto)

Ele destaca que precisa de mais policiais militares no local, pois os guardas municipais não são respeitados pelos adolescente. "Eu tenho dó dos guarda, eles não tem nada. Não tem revolver, não tem respeito, não impõem autoridade", disse.

Outro ponto que Miguel concorda que precisa ser feito é a instalação de banheiros, ele tem um comércio na Rua Santos Dumont e relata que muitas pessoas procuram o local para irem ao banheiro.

"Eu não cobro e deixo usar. Mas tem que fazer na Orla. Eu não tenho quem limpa e eu que vou e limpo, muita gente usando fica sujo", relatou.


Como sugestão Miguel também pede que seja feita uma cobertura na área onde ficam os feirantes, para que eles não tenham prejuízo nos dias de chuva.

Avenida Noroeste, movimentada. (Foto: Alcides Neto)
Avenida Noroeste, movimentada. (Foto: Alcides Neto)

Prefeitura - O secretário adjunto da secretaria de obras, Ariel Serra, disse que administração não tem como cuidar de banheiros, mas não descarta a possibilidade de fazer a construção.

"Se a pessoa que fez o abaixo assinado arrumar colaboradores, desde que não sobre para a prefeitura porque tem um monte de coisa para resolver além de banheiro, nós conseguimos viabilizar", declarou.

Serra disse ainda que a melhoria na iluminação nas áreas para prática esportiva estão sendo providenciadas e ações envolvendo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Guarda Municipal e Polícia Militar serão feitas para diminuir a violência e as irregularidades no trânsito.


Com relação as faixas de pedestres elevadas, ele disse que primeiro é preciso fazer um estudo pela Agetran e comprovando a necessidade a secretaria de obras viabiliza para a construção.


"Essa requisição tem que ser feita para a Agetran, se a Agetran falar que é viável o poder público pode fazer. Tem que ter estudo para analisar a viabilidade e nós executaremos".

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