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Capital

Casal envolvido em atropelamento e morte de jardineiro não tem CNH

Depois atingir Jefferson Moreira, o suspeito afirmou ter deixado a mulher e a filha na casa da sogra e depois ter abandonado a veículo com que atingiu a vítima

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 26/12/2018 17:33
Mark Lee se apresentou a polícia na tarde desta quarta-feira (Foto: Kisie Ainoã)
Mark Lee se apresentou a polícia na tarde desta quarta-feira (Foto: Kisie Ainoã)

Depois de atropelar e matar o jardineiro Jefferson Moreira, de 37 anos, durante uma briga de trânsito, o vendedor Mark Lee Alves Reginaldo, de 20 anos, abandonou a picape usada no crime em um lava-jato no Bairro Nossa Senhora das Graças e se escondeu com a mulher e a filha na casa de um parente. 

Nem Mark, nem a esposa, tinham CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A picape usada no crime estava irregular e havia sido comprada por eles uma semana antes, por R$ 4 mil.

No primeiro depoimento à polícia, Mark Lee contou que saiu de casa às 9 horas para levar a moto de um amigo na oficina e depois de algum tempo, pediu para a mulher ir buscá-lo de carro. Ao delegado Antenor Batista, o suspeito ainda detalhou que a esposa parou na contramão. Por isso, na hora de sair não viu a vítima e acabou provocando a colisão.

Jefferson bateu na traseira da picape, mas conseguiu pular da moto e evitar a queda. A motorista parou alguns metros para frente e Mark Lee desceu para, segundo ele, conversar e acertar o conserto do retrovisor da motocicleta, no entanto teria sido ameaçado pelo jardineiro.

Nas palavras do casal, Jefferson teria se aproximado da mulher e perguntado se ela queria ver o marido morrer. Eles contam ainda que a vítima ameaçou dar capacetadas nele e até arrancou a chave da ignição. Depois de conseguir tomar a chave, Mark conta que entrou no veículo, deu ré e só tentou sair dali.

Durante a tentativa de fuga, ele acabou atropelando o jardineiro. O motorista ainda reforçou que não tinha a intenção de atingir Jefferson, e que quando percebeu a vítima já estava na frente da picape e não conseguiu evitar a colisão.

Ele contou ainda que sentiu muito medo e que a mulher e a filha de 4 anos choravam durante a briga e que ao sair do local do crime as deixou na casa do sogra, dirigiu até o lava-jato em que o veículo foi abandonado e voltou para buscar as duas com um motorista de aplicativo. Depois, foi para casa de um parente em Campo Grande, onde estava até essa tarde.

Veículo usado no crime foi apreendido pela polícia (Foto: Kisie Ainoã)
Veículo usado no crime foi apreendido pela polícia (Foto: Kisie Ainoã)

Ao Campo Grande News, o delegado explicou que os depoimentos de Mark e da esposa apresentaram a mesma versão e que agora, novas testemunhas serão ouvidas, incluindo um trabalhador da região que teria tentado acalmar Jefferson. Como não estava em situação de flagrante, o suspeito foi liberado.

Defesa – Assim como entrou, sem falar com a imprensa e com uma jaqueta escondendo o rosto, Mark Lee deixou da sede da 2ª Delegacia de Polícia Civil nesta tarde. Para a reportagem, o advogado responsável pelo caso, Selmen Dalloul, os depoimentos dão tranquilidade para defesa. “Principalmente porque as imagens foram juntadas e corroboram em todos os termos a versão da defesa”, alegou. Já para a polícia, as imagens comprovam que Mark atropelou intencionalmente a vítima.

“Em nenhum momento houve agressividade ou provocação por parte do meu cliente, foi uma discussão, ele desceu do carro para falar que acertaria o prejuízo e foi agredido física e moralmente desde o primeiro momento. Infelizmente foi uma vida que foi. Não deveria ter culminado nisso, mas, repetindo o que eu disse de manhã, isso é reflexo de uma sociedade doente em que vivemos”. Afirmou Dalloul.

Advogado responsável pelo caso, Selmen Dalloul (Foto: Kisie Ainoã)
Advogado responsável pelo caso, Selmen Dalloul (Foto: Kisie Ainoã)
Delegado Antenor Batista deve ouvir novos testemunhas (Foto: Kisie Ainoã)
Delegado Antenor Batista deve ouvir novos testemunhas (Foto: Kisie Ainoã)
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