“Cenário é de morte violenta”, diz delegado sobre caso de colega achada morta
Polícia Civil investiga se delegada aposentada atirou contra si ou foi assassinada; latrocínio está descartado

A Polícia Civil trabalha com duas principais hipóteses na investigação da morte da delegada aposentada Ezilda Aparecida de Araújo, de 68 anos: a de que ela tenha tirado a própria vida e a de assassinato. Neste primeiro momento, o que foi descartada foi a possibilidade de crime contra o patrimônio (latrocínio), já que a casa não estava revirada e bens de valor permaneciam no local.
“É muito precipitado essa conclusão (de que foi suicídio). A gente tem algumas impressões iniciais, que serão resguardadas para preservar a investigação. O que podemos afirmar é que foi uma morte por arma de fogo. O cenário é de morte violenta. Pode ser homicídio ou suicídio”, afirmou o delegado José Roberto de Oliveira Júnior, da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), que esteve no local do crime.
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Além da especializada, que enviou equipe de Campo Grande, policiais da Delegacia de Terenos também estiveram no local. Como o caso foi registrado como morte a esclarecer, ainda não se sabe quem comandará as apurações.
O delegado explica, contudo, que os próximos passos dependem dos resultados dos laudos periciais. “No primeiro momento, foi feita operação conjunta. A de Terenos atuou na identificação de pessoas que tinham certa proximidade com ela [vítima] e nós [DEH] assumimos o local do crime. Tem algumas perícias que podem ser importantes, porque a arma, por exemplo, poder ter outro DNA, que não é o dela”.
Ainda sobre a hipótese de invasão da chácara onde a delegada aposentada passava os dias sozinha desde dezembro, José Roberto afirma que nada é totalmente descartado numa investigação. No futuro, pode-se descobrir que “algo bem específico” foi levado do local.
O delegado preferiu não dar mais detalhes da cena do crime. “Ela estava no quarto dela e as peculiaridades são muito relevantes para conclusão do inquérito”, concluiu.
O Campo Grande News apurou que o corpo foi encontrado sobre a cama, com um tiro na cabeça e envolto a uma poça de sangue. A polícia acredita que Ezilda Aparecida de Araújo morreu no sábado, embora o cadáver só tenha sido achado nesta segunda-feira (3), na Chácara Rosa de Saron, em Terenos, a 25 km de Campo Grande.
Pesar – A Adepol-MS (Associação de Delegados de Mato Grosso do Sul) e Polícia Civil de Mato Grosso do Sul emitiram nota lamentando a morte de Ezilda. Segundo as entidades, ela foi uma das primeiras delegadas do Estado, pertencia a terceira turma de formados pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, de 1990, foi titular da Delegacia Regional de Coxim e depois, responsável por Terenos. Ela estava aposentada desde junho de 2003.
Ajuda – O Campo Grande News aproveita para informar que, na Capital, o Grupo Amor Vida (GAV) presta um serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através do telefone 0800 750 5554. Ligue sempre que precisar! O horário de funcionamento é das 7h às 23h, inclusive, sábados, domingos e feriados.