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Capital

Centro de Campo Grande tem 295 imóveis abandonados e queda de 70% no consumo

Audiência pública discute revitalização da região, marcada por prédios fechados e insegurança

Por Viviane Oliveira | 03/10/2025 12:45
Centro de Campo Grande tem 295 imóveis abandonados e queda de 70% no consumo
Imóvel abandonado na Rua Barão do Rio Branco (Foto: Osmar Veiga)

O centro de Campo Grande concentra 295 imóveis abandonados, que acabam sendo ocupados por pessoas em situação de rua e, muitas vezes, usados para esconder produtos furtados. O dado foi apresentado pelo diretor financeiro da ACICG (Associação Comercial de Campo Grande), Paulo Mattos Pinheiro, durante audiência pública realizada nesta sexta-feira (3), na Câmara Municipal.

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O centro de Campo Grande enfrenta grave crise com 295 imóveis abandonados, que frequentemente são ocupados por pessoas em situação de rua e utilizados para ocultar produtos furtados. A região registrou queda de 70% no consumo nos últimos sete anos, com o ticket médio de compras reduzindo de R$ 162 para R$ 48. A situação preocupa autoridades e comerciantes, que buscam soluções para revitalizar a área. Entre as propostas discutidas em audiência pública estão a realocação do Hospital Municipal, criação de creches e incentivo a atividades culturais. A região também sofreu esvaziamento populacional, perdendo cerca de 9 mil habitantes entre 2010 e 2022.

O debate, proposto pelo vereador Riverton Francisco de Souza, o Prof. Riverton (PP), teve como tema “Revitalização do Coração da Cidade: Caminhos para a Recuperação do Comércio e das Moradias do Centro”. A proposta quer transformar a região em um espaço vivo, com feiras livres, bares, restaurantes, lojas em horários alternativos, eventos culturais e lazer fora do expediente comercial, modelo já adotado em grandes cidades do Brasil e do mundo.

Centro de Campo Grande tem 295 imóveis abandonados e queda de 70% no consumo
Audiência aconteceu nesta manhã na Câmara Municipal (Foto: Marcos Maluf)

Segundo Paulo Mattos, a situação é crítica para comerciantes e moradores do entorno. “O câncer começou na rodoviária velha, e a metástase é o restante do centro. O Reviva Centro e os corredores de ônibus pioraram ainda mais a situação, esvaziando ruas importantes, como a Rui Barbosa”, afirmou. Para ele, a falta de segurança pública é hoje o maior problema, com registros de arrombamentos, furtos de fios e tráfico de drogas. "O caminho é unir as forças de segurança. O centro hoje é visto como uma mina de ouro para quem vive em situação de rua; cerca de 80% já teve passagem pela polícia”, disse.

Centro de Campo Grande tem 295 imóveis abandonados e queda de 70% no consumo
Lojas fechadas na Rua Dom Aquino (Foto: Osmar Veiga)

Outro ponto destacado foi a dificuldade de estacionamento, que, segundo Mattos, afasta clientes. “O colaborador deixa o carro na porta do comércio, e o consumidor não encontra vaga. Acaba desistindo”, criticou. Ele também cobrou responsabilização dos proprietários de imóveis fechados, lembrando que há leis que permitem notificação e ações civis contra donos de prédios abandonados.

O presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Figueiredo, destacou a queda acentuada no consumo da região central: em sete anos, a movimentação caiu 70%. O ticket médio, indicador que mede o valor médio gasto por cliente em cada compra, despencou de R$ 162 em 2018 para apenas R$ 48 em 2025.

A secretária de planejamento, Catiana Sabadin, ressaltou que o centro precisa voltar a atrair moradores. Entre 2010 e 2022, a região perdeu cerca de 9 mil habitantes. Para ela, a mudança nos hábitos de consumo e a preferência por bairros com mais infraestrutura explicam parte do esvaziamento. “Precisamos estimular a presença de jovens, bares, restaurantes e atividades culturais. Há quem queira viver a cidade”, afirmou.

A audiência reuniu especialistas, comerciantes, moradores e representantes do poder público. Entre as propostas apresentadas estão a realocação do Hospital Municipal para o centro, a criação de creches, o incentivo ao comércio local, a revitalização de prédios históricos e a promoção de eventos culturais e de lazer fora do horário comercial. O objetivo é devolver vitalidade à região central, tornando-a um espaço seguro, dinâmico e economicamente ativo. O tema seguirá em discussão na Câmara Municipal.

Centro de Campo Grande tem 295 imóveis abandonados e queda de 70% no consumo
Prédio desocupado na Rua Aquidauana (Foto: Osmar Veiga)

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