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Capital

Chuva ajuda e postos não têm tumulto com fim da greve de enfermeiros

Flávia Lima | 08/07/2015 10:36
Mãe que procuraram as UBS esta manhã não tiveram problema em conseguir vacina para os filhos. (Foto:Fernando Antunes)
Mãe que procuraram as UBS esta manhã não tiveram problema em conseguir vacina para os filhos. (Foto:Fernando Antunes)
Hederson Fritz acredita que em cinco dias serviços estarão normalizados. (Foto:Fernando Antunes)
Hederson Fritz acredita que em cinco dias serviços estarão normalizados. (Foto:Fernando Antunes)

O movimento nas unidades básicas de saúde foi tranquilo na manhã desta quarta-feira (8), após o encerramento da greve dos enfermeiros. Era esperado uma grande procura, principalmente pelos serviços de vacinação, mas segundo funcionários das unidades, o tempo chuvoso pode ter colaborado com a baixa procura. Na UBS Nicolau Fragelli, no Lar do Trabalhador, um funcionário da recepção disse que apenas quatro mães haviam procurado o posto até às 9h30.

As vacinas foram aplicadas normalmente, já que os enfermeiros estão trabalhando normalmente no local. Ele acredita que à tarde o movimento deve ser mais intenso, já que, segundo ele, muitas pessoas só tomaram conhecimento hoje do final da greve, acordada na tarde desta terça-feira (7). Na UBS da Vila Almeida também não havia filas na sala de vacinação.

O movimento era maior na sala de espera, onde vários idosos aguardavam o atendimento médico, mas de acordo com um funcionário, os serviços executados pela equipe de enfermeiros está ocorrendo sem problemas.

Já na UBS do bairro Santa Carmélia a procura pelas vacinas era maior, no entanto, os pais que chegavam com os filhos não esperavam mais de dez minutos pelo atendimento. Foi o caso da repositora Mariely Bezerra da Silva, que levou o filho João Arthur, de 6 meses, para tomar três doses, incluindo a da gripe. Segundo Mariely, as vacinas de João estão em dia, mas como ela não buscou o atendimento durante o mutirão de vacinação, já estava preocupada.

“Quando vi no jornal ontem que a greve tinha acabado, fiquei mais tranquila”, disse. A dona de casa Ivanise Arruda, que aguardava atendimento médico para a pequena Ana Júlia, de 4 anos, disse que retornaria ao posto à tarde, pois não sabia do encerramento da paralisação. “Vim aqui no período da greve e não consegui que ela fosse vacinada, por causa disso ela tem dose em atraso. Agora vou aproveitar e já trazer logo”, ressaltou.

Normalidade – Representante dos profissionais que participaram da greve, Hederson Fritz acredita que com a divulgação do fim da greve, a tendência é que o movimento, especialmente em busca das vacinas, seja intenso em alguns postos que tem maior demanda, como no Santa Carmélia, Zé Pereira e Lar do Trabalhador, mas acredita que, no máximo em cinco dias, o serviço esteja normalizado. Nessas unidades, cerca de 30 a 50 pessoas passam diariamente em busca de vacinação.

Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas da Vila Almeida, a sala de espera também registrava pouco movimento. Segundo Fritz, que trabalha na unidade, todos os técnicos, auxiliares e enfermeiros já haviam retornado ao trabalho e os demais procedimentos que exigem acompanhamento do profissionais ou que são realizados exclusivamente por eles, como curativos, cadastros, exames e inalação, este último muito procurado devido ao tempo frio, estavam sendo realizados sem grandes filas de espera.

Quanto aos procedimentos que deixaram de ser realizados no período da greve, o representante da categoria afirmou que serão feitos reagendamentos. Segundo o secretário de Saúde, Jamal Salém, só nos 13 primeiros dias de greve, 720 eletrocardiogramas deixaram de ser feitos, além de 126 eletroencefalogramas, 324 endoscopias e 216 testes ergométricos. Ao mesmo tempo, lotes de vacina para recém-nascidos começaram a vencer por falta de profissionais para imunizar

Acordo – A categoria fechou acordo com a prefeitura na tarde de ontem, através de mediação do Tribunal de Justiça. Hederson Fritz disse os profissionais consideraram ser mais prudente evitar o confronto em troca da garantia de manter um canal de negociação aberto com a prefeitura.

As duas partes voltam à mesa de negociação em outubro, quando a prefeitura conseguir ajustar a folha dos servidores, evitando ultrapassar o limite prudencial. “Nosso intuito foi manter o diálogo aberto e ter a certeza de voltar a negociar em outubro”, ressaltou Fritz.

O secretário de Administração, Wilson do Prado, que esteve no TJ, repetiu que, no momento, é impossível oferecer qualquer reajuste devido aos gastos com a folha de pagamento.

Sobre a possibilidade de atender o pleito de reposição de 8,5% e mais equiparação do salário ao piso nacional no período de cinco anos, o secretário de Saúde, Jamal Salém evitou promessas. “Não falamos em índices agora. Em outubro, vamos discutir isso”, afirmou.

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