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Capital

Sem ProntoMed, pais temem lotação em hospitais infantis

Jeozadaque Garcia | 29/02/2012 20:56

Setor de pediatria do pronto socorro particular da Santa Casa de Campo Grande não atenderá a partir desta quinta-feira

Pais temem que movimento no São Lucas aumente. (Foto: João Garrigó)
Pais temem que movimento no São Lucas aumente. (Foto: João Garrigó)

Pais de crianças que são atendidas pelo setor de pediatria do ProntoMed, da Santa Casa de Campo Grande, temem que as consultas migrem para outros hospitais infantis da Capital e causem superlotação. Nesta quarta-feira (29) os médicos atenderam pela última vez no local. O setor não funcionará mais a partir de quinta.

O movimento hoje no hospital era tranquilo e poucos pacientes aguardavam atendimento. Adriana Passos Barbosa, que levou a filha de nove anos para ser consultada, reprovou o fechamento do setor.

“É ruim, pois o atendimento pode migrar para outros hospitais, que podem ficar sobrecarregados”, conta a professora, que tem preferência pelo Hospital São Lucas quando tem que levar a filha para um médico. Mesmo assim, leva para a Santa Casa por conta da superlotação.

“Já vim aqui umas de vezes e o atendimento nunca demora”, garante.

O ProntoMed anunciou o fim da pediatria no início do mês para ‘cortar gastos’. Por dia, até 50 pacientes passavam pelo setor. Dos oito médicos, a metade foi demitida e os outros quatro terão os horários remanejados, pois também trabalham em outras áreas do hospital.

Com o fechamento, os pacientes que eram atendidos na Santa Casa devem ser absorvidos pelo pronto-socorro do SUS do hospital, mas principalmente por outros hospitais particulares.

Wania Lopes Massi, que também é professora, aguardava atendimento para o filho de seis meses, que tinha febre. Ela nunca foi na Santa Casa, porém, acredita que a demanda de pacientes no São Lucas - que já vive lotado - deve aumentar mais ainda.

No Hospital da Criança, movimento também era grande nesta quarta-feira. (Foto: João Garrigó)
No Hospital da Criança, movimento também era grande nesta quarta-feira. (Foto: João Garrigó)

“Isso é muito ruim para a população. Funcionário público agora só tem São Lucas e Posto de Saúde, onde o atendimento é péssimo”, conta a mãe, que diz estar ‘traumatizada’ com o serviço público de saúde e ficou sabendo pela TV do fechamento na Santa Casa.

“Vai sobrecarregar aqui [São Lucas], que é mais para atendimento básico. Se a criança precisa de terapia intensiva, a Santa Casa é melhor, tem mais estrutura”, garante.

Também no São Lucas, o autônomo Davi Pereira Oliveira, que acompanhava o filho de três anos, reclamou da demora no atendimento. “Parece que já está sobrecarregado. Estou aqui desde as 16h. Se fechar lá, aqui vai lotar mais ainda”, afirma.

No Hospital da Criança o movimentado era maior. A advogada Rosana Bellinati, que estava com o filho de um ano com gripe a febre, lamentou o fechamento do setor de pediatria.

“Vai superlotar mais ainda aqui. Isso revolta e a criança que paga”, critica.

Acompanhamento - De acordo com João Batista Botelho, da direção do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), o sindicato foi contrário ao fechamento pois “prejudica a população e reduz o campo de trabalho dos médicos”.

No entanto, reconhece que é um direito do empregador optar pelo fechamento e não vai tomar nenhuma medida contra a decisão do Prontomed.

O sindicato ainda deverá interceder para que a Santa Casa ‘reaproveite’ os médicos em outros setores da Santa Casa, evitando demissões.

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