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Capital

Com raio-x de sua gestão, secretário diz que entrega a saúde funcionando

Paulo Nonato de Souza | 28/12/2016 12:14
O secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, com o relatório da sua gestão (Foto: Graziella Almeida)
O secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, com o relatório da sua gestão (Foto: Graziella Almeida)

O próximo secretário de saúde do município de Campo Grande não vai ter dificuldade para tomar decisões e definir prioridades, garantiu o atual titular da pasta, Ivandro Corrêa Fonseca, ao apresentar um relatório de 600 páginas, volumes 1 e 2, uma espécie de raio-x da sua gestão, com informações que ele considera fundamentais para que o setor avance no atendimento à população nos próximos quatro anos.

“É um diagnóstico situacional com informações sobre processos de licitação, estágios de convênios, situação funcional dos hospitais, obras realizadas, obras paradas, situação financeira da secretaria, indicadores de gestão, enfim, tudo que o próximo secretário e sua equipe vão precisar para subsidiar suas tomadas de decisão. Quando eu assumi a secretaria não tive nada disso, pelo contrário, a saúde em Campo Grande era um caos generalizado e tive que começar do zero”, disse Ivandro Fonseca, durante visita ao Campo Grande News.

Ivandro foi o titular da saúde em Campo Grande na fracionada gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), eleito em 28 de outubro de 2012, cassado pela Câmara Municipal por 23 votos a 6 em 12 de março de 2013 e reconduzido ao cargo em 27 de agosto de 2015.

“Nas duas vezes em que assumi o cargo encontrei a saúde sem medicamentos, sem material hospitalar, greve de médicos e enfermeiros, 25 processos licitatórios cancelados, ambulâncias quebradas e unidades de saúde superlotadas, e agora estou entregando todas as unidades funcionando normalmente para consultas, exames e cirurgias, unidades de urgência e emergência reestruturadas com seis médicos por unidade, e quando cheguei eram só dois por unidade. Posso dizer que cumprimos bem a nossa missão”, declarou.

Ivandro destacou que um dos caminhos para a reestruturação da área de atendimento à população nas unidades de saúde dos chamados distritos Sul, Leste, Norte e Oeste, que compreendem as sete regiões da cidade, incluindo seis UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e quatro CRSs (Centro de Referência de Saúde), foi a realização de concursos públicos que permitiram a contratação de 70 enfermeiros, 50 técnicos em enfermagem e mais de 300 médicos. “Estou entregando a secretaria com 1.200 médicos, e quando assumimos eram 900 para atender em todas as unidades de saúde do município”, comentou.

SETE NOVOS PROJETOS – Ivandro disse que para garantir as melhorias na saúde foram criados e implantados sete projetos durante a sua gestão, o Atenção Primária, Consulta Única, Terceiro Turno ((atendimento das 17h às 2h em 15 unidades básicas de saúde), Consultório na Rua, Fila Zero, TOE (Trauma Ortopédico Eletivo) e Posso Ajudar, todos concentrados no programa Saúde em Ação.

Segundo ele, são projetos, em sua maioria, baseados em modelos de sucesso até no exterior, caso do Consulta Única, que tem como referência um modelo implementado em Milão, Itália, e foi criado em Campo Grande para a prevenção da saúde da mulher com acesso a consultas e exames de câncer de mama e colo de útero, além de planejamento familiar.

O projeto “Equipe Movel”, ressaltou o secretário, é outro exemplo de ação inovadora na melhoria da qualidade da saúde pública em Campo Grande ao suprir a falta de médicos plantonistas e reduzir a superlotação nas unidades de saúde, além do tempo de espera para consultas, de 12 horas para 2h.

“Com aproximadamente 20 médicos em sistema de plantão permanente, o Equipe Móvel atua na falta de médicos plantonistas, ou complementa as equipes das unidades, ou seja, em caso de superlotação e ainda que o corpo clínico esteja completo, com 5 ou 6 médicos, profissionais da Equipe Móvel são deslocados para essas unidades, reduzindo o tempo de espera pela consulta, impedindo o agravamento dos sintomas pela demora e melhorando a qualidade do atendimento”, explicou.

Ivandro Fonseca disse que deixará a pasta com recursos assegurados para ampliação e reforma de unidades de saúde (Foto: GA)
Ivandro Fonseca disse que deixará a pasta com recursos assegurados para ampliação e reforma de unidades de saúde (Foto: GA)

RECURSOS ASSEGURADOS – O secretario Ivandro Fonseca anunciou que deixará a pasta com 11 unidades de saúde reformadas e R$ 5 milhões já assegurados para investimento em ampliação e reforma de UBSFs (Unidade Básica de Saúde da Família) em diversos bairros.

“A obra do Hospital de Trauma de Campo Grande estava parada havia mais de cinco anos quando assumimos a secretaria, felizmente conseguimos retomar a construção e deixaremos um aporte de R$ 9,8 milhões garantidos com contrapartida de R$ 2,9 milhões já assegurados para a sua conclusão”, revelou.

De acordo com o secretário, R$ 67,8 milhões já estão provisionados no Ministério da Saúde para investir em ampliação no número de leitos na Santa Casa, Hospital do Pênfigo, Hospital Universitário, Hospital Regional e Hospital de Câncer. “Está tudo transparente no nosso diagnóstico situacional, de onde virão e para onde irão os recursos”, frisou.

Sobre o histórico embate financeiro entre a prefeitura e a Santa Casa, Ivandro Fonseca garantiu que os repasses de R$ 20 milhões/mês ou R$ 240 milhões/ano estão em dia, e que o próximo secretário irá negociar os novos valores com a junta diretora do hospital.

“Já houve uma reunião da equipe de transição do prefeito eleito Marquinhos Trad com a direção da Santa Casa e ficou acordado um prazo de 90 dias para discutir o reajuste de contrato”, revelou.

COMBATE AO MOSQUITO AEDES EGYPTI – “Campo Grande está fechando 2016 com a classificação “satisfatória” pelo Ministério da Saúde entre 850 municípios diagnosticados por especialistas em todo o Brasil”, disse Ivandro Fonseca sobre o quadro atual das ações de combate ao mosquito “aedes egypti”, mais conhecido como “mosquito da dengue”, mas transmissor também de febre amarela, zica e chikungunya.

Conforme dados do relatório apresentado pelo secretário, equipes de agentes comunitários de saúde pública percorreram mais de 300 bairros de 68 micro-áreas da cidade, em sistema de mutirão permanente, e entraram até em imóveis fechados para executar a tarefa de conscientização e combate ao mosquito, inclusive com borrificações diárias.

“Hoje podemos falar que a situação da dengue, zica e chikungunya está sob controle em Campo Grande”, afirmou o secretário municipal de Saúde.

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