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Capital

Com reintegração anunciada, acampados dizem não ter para onde ir

Fabiano Arruda | 07/06/2011 23:39
Acampados vivem da plantação de hortaliças no local. (Foto: Simão Nogueira)
Acampados vivem da plantação de hortaliças no local. (Foto: Simão Nogueira)

Os cerca de 100 membros da Associação de Horti-Fruti Granjeiros, acusados de invadir área de 25 hectares da Prefeitura de Campo Grande, na região das Moreninhas, alegam não ter para onde ir a partir do cumprimento da reintegração de posse, determinada hoje pela Justiça.

Ao receber a informação na tarde de hoje, o grupo se reuniu e decidiu lutar pelo espaço.

Sônia Pereira, de 45 anos, que mora há 11 anos na área, afirma estar chateada com a decisão e que seu sustento vem único e exclusivamente da produção de hortaliças no terreno, produtos que são vendidos para feirantes.

“Não tenho condições de pagar aluguel em outro lugar, assim como a maior dos que moram aqui. Gastamos para construir os barracos. A gente não pode sair assim”, reclama.

No barraco, dona Sônia conta que mora com uma filha de 11 anos. Ao lado, reside outra filha sua, de 22 anos, e duas netas. Uma de seis anos e outra de apenas seis dias.

A decisão pela reintegração de posse ocorre porque o local está destinado para construção de unidades habitacionais. Segundo informações da prefeitura, as famílias que estão na área estão cadastradas na Emha (Empresa Municipal de Habitação).

Sônia discorda. Diz que nem todas as famílias estão cadastradas.

Reintegração - Como se trata de determinação judicial, policiais militares devem comparecer entre hoje e amanhã no terreno para cumprir a ordem.

“Ninguém tá pedindo nada de graça, queremos a legalização dos terrenos. Iremos pagar por isso e depois iremos construir as casas. O contrato com a prefeitura está vencido, eu confesso, mas não dá para segurar a vontade dos associados, que não tem casa”, contou ontem o líder da comunidade, Tião da Horta.

Por outro lado, o presidente da Emha, Paulo Matos, discordava das argumentações. Segundo ele serão construídas 486 casas populares para atender a demanda da região, que irão gerar 2 mil empregos durante a obra, que será realizada pelo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) II.

“O Tião não é prefeito de Campo Grande e não dono da área. Nós temos tentado coibir essas ações de venda irregular de lotes, mas tem algumas pessoas inocentes que são induzidas pelo erro. Ele não pode mandar entrar ou o município terá que pedir permissão para fazer suas ações”, criticou Matos, ontem, adiantando que pediria a reintegração de posse.

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