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Capital

Com salários atrasados, neurocirurgiões param na Santa Casa

Outras especialidades já sinalizam possibilidade de paralisação caso não seja feita a negociação dos 4 meses de atraso

Ana Paula Chuva | 10/11/2020 13:38
Com salários atrasados, neurocirurgiões param na Santa Casa
Fachada da Santa Casa. (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)

Os médicos autônomos e PJs (Pessoas Jurídicas) da Santa Casa estão com os salários atrasados há quatros meses, com isso os profissionais da neurocirurgia estão com as atividades paralisadas desde ontem (9) e outras especialidades já sinalizam para o mesmo caminho.

De acordo com o presidente do Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana Silveira, além disso o setor de cirurgia cardíaca do hospital está parado por rompimento de contrato, também por falta de pagamento,  e os 305 médicos celetistas também estão com o salário, referente ao mês de outubro, atrasado.

Ele ainda explicou ao Campo Grande News que após a paralisação dos neurocirurgiões outras especialidades já sinalizaram a possibilidade de uma paralisação.

“Estamos fazendo uma documentação formal para a Santa Casa esperando que o problema seja resolvido. Até agora não nos passara nenhuma data para negociação do pagamento. O sindicato sempre tenta não chegar nesse ponto, mas muitos profissionais dependem exclusivamente desse salário”, disse Marcelo.

Em nota publicada no site do sindicato, a instituição diz que o repasse do Ministério da Saúde ao município já foi realizado e fornecido ao hospital, mas o dinheiro não foi destinado ao pagamento dos honorários dos médicos.

“Tentamos uma negociação para resolver isso. Se houver necessidade de envolver os gestores públicos vamos envolver. Os celetistas também tiveram alterações na carga horária que não foram contempladas. Estamos tentando negociar todas essas questões dos profissionais”, completou.

Com salários atrasados, neurocirurgiões param na Santa Casa
Pronto Socorro da Santa Casa em outubro de 2020. (Foto: Marcos Maluf)

Santa Casa – Em nota a Santa Casa de Campo Grande afirmou que vem alertando as autoridades públicas da Capital há vários meses, especialmente os gestores de saúde municipal e estadual, Ministério Público Estadual e os conselhos de medicina e enfermagem sobre o aumento nos custos de medicamentos e materiais hospitalares.

Além do aumento no número de pacientes graves, mudança do perfil epidemiológico do hospital por conta do atendimento de retaguarda, encaminhamento de pacientes pela regulação acima do limite hospitalar.

“Grande parte deles chega como vaga zero, o que agrava a superlotação e sobrecarrega profissionais e também a demanda por insumos e medicamentos. Somado a isso, estão problemas anteriores, como as dívidas deixadas pelos interventores que se tornaram impagáveis. O sucateamento do hospital no período da intervenção, que vem exigindo constantes investimentos em equipamentos e reformas nos últimos anos e ainda está longe de ser resolvido; além da redução nos valores contratualizados com o poder público” disse em nota.

 “Os recursos financeiros foram se esgotando, chegando ao ponto de priorizar a compra de medicamentos e materiais em detrimento ao pagamento dos salários de algumas categorias. Neste período de pandemia somente o valor gasto com medicamentos e materiais chegou a R$ 25,5 milhões (1/4/2020 até 31/10/2020) - o que corresponde a um aumento de 70% em relação ao que foi gasto no mesmo período de 2019”, continua o documento.

Na nota o hospital também diz que para regularizar a situação está cortando ou adiando todos os gastos possíveis, renegociando dívidas, enxugando setores, rediscutindo o contrato com o SUS (Sistema Único de Saúde), entre outras medidas emergenciais.

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