Com toque de recolher, denúncias de violência doméstica caem 41%
A redução ocorreu durante o primeiro fim de semana com a medida de prevenção ao avanço do coronavírus
O toque de recolher como medida de prevenção ao avanço do coranavírus refletiu diretamente no número de crimes registrados em Campo Grande durante o fim de semana, dias 21 e 22 de março. Na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) a situação não foi diferente, e os boletins de ocorrência sofreram redução de 41% em relação ao mesmo período da semana passada.
Na luta diária contra a violência contra á mulher é comprovado que o maior número de denúncias de agressões e ameaças acontece justamente nos fins de semana, resultado da folga no trabalho com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Só no fim de semana passado – da sexta-feira, 13 de março, até a segunda-feira, dia 16 – foram registrados 74 casos de violência contra a mulher.
Nesta semana – da noite de sexta-feira, 20 de março, até a manhã do dia 23, segunda-feira – os registros caíram para 43. Foram feitos ainda três prisões em flagrante. Desde que medidas para evitar o avanço do coronavírus foram decretas, a Polícia Civil também restringiu o atendimento ao público, para evitar aglomerações nas unidades.
A Deam segue com o atendimento 24 horas, mas, conforme a delegada Fernanda Felix, é necessário que as próprias vítimas façam uma análise de urgência do caso. Aquelas mulheres que precisam de medidas protetivas e foram vítimas de agressões seguem como prioridade na unidade especializada.
A queda – A redução na quantidade total de ocorrências gerais em Campo Grande é de 64%, conforme dados levantados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Foram levados em conta os crimes de furto, posse e porte de arma de fogo, tráfico de drogas e violência doméstica.
As ocorrências de roubo caíram vertiginosamente, de 33 entre os dias 13 e 15 e 7, no último fim de semana – 78%. O número de furtos também, 55% (de 106 para 47).
Segundo o secretário de Segurança, Antônio Carlos Videira, os dados são diretamente ligados ao menor número de pessoas nas ruas e bares das cidades. A situação, conforme ele, também auxilia na otimização do trabalho dos agentes de segurança pública, que podem se concentrar nas áreas mais críticas.
Em Mato Grosso do Sul, a queda nas ocorrências foi de 60%, de 1.469 para 586. Os homicídios caíram de 11 para 2 e furtos de 225 para 112.