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Capital

Grupo de comerciantes pressiona e vereadores vão pedir suspensão de obra

Decisão foi tomada após audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (27)

Clayton Neves e Fernanda Palheta | 27/06/2019 20:49
Plenárinho da Câmara Municipal de Campo Grande durante audiência pública quinta-feira (27). (Foto: Paulo Francis)
Plenárinho da Câmara Municipal de Campo Grande durante audiência pública quinta-feira (27). (Foto: Paulo Francis)

Pressionados por grupo de comerciantes, os vereadores André Salineiro (PSDB), Carlos Augusto Borges (PSB) e Cida Amaral (Prós) vão pedir à Prefeitura a suspensão das obras de revitalização da Avenida Bandeirantes, em Campo Grande. Como justificativa aos parlamentares, empresários afirmam que a construção de um corredor exclusivo para ônibus na via vai reduzir o número de estacionamentos disponíveis para consumidores da região.

Atualmente existem cerca de 600 vagas para veículos em toda extensão da via e, para os lojistas, esse número seria reduzido pela metade com a construção do corredor.

Durante audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (27), na Câmara Municipal, cerca de 50 comerciantes participaram de debate sobre a revitalização na Bandeirantes. Eles representaram cerca de 700 lojistas que atualmente trabalham na via, e pressionaram para que a obra seja revisada ou que apenas o recapeamento seja feito, sem a construção de corredores para ônibus previstos no projeto.

Em resposta, o secretário municipal de Infraestrutura, Rudi Fiorese, explicou que a obra faz parte do plano de mobilidade urbana da cidade e, segundo ele, caso alguma mudança seja feita no que está previsto, a cidade perde verba milionária empenhada pelo Governo Federal.

“Existe um plano de mobilidade que foi discutido, elaborado e aprovado. Se for mudar isso, tem que mudar o plano de mobilidade da cidade. Não se pode fazer uma alteração pontual em uma Avenida porque assim, vamos estar desrespeitando o projeto. O objetivo é melhorar transporte de massa, o transporte coletivo, não foi idealizado para fazer tão somente recapeamento”, explicou.

Oberdan Amancio, lojista, que representou comissão de empresários, disse que o grupo é a favor das melhorias, porém, para ele, o ponto de conflito é a construção de um corredor exclusivo para passagem dos ônibus. “É cobrir um santo e descobrir outro, é decretar a falência do comércio na bandeirantes", acredita.

Andrea Figueiredo, diretora-adjunta da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), explicou que o plano de mobilidade urbana da cidade começou a ser discutido e elaborado desde 2009 com diversos setores direta ou indiretamente envolvidos. Além disso, explicou que as obras foram adequadas de acordo com a realidade da cidade.

Ao fim das discussões, os vereadores André Salineiro (PSDB), Carlos Augusto Borges (PSB) e Cida Amaral (Prós) decidiram encaminhar ata à Prefeitura de Campo Grande solicitando paralisação das obras. O documento deve ser encaminhado ao prefeito Marquinhos Trad (PSD) na semana que vem.

Obras - Além de tirar parte da faixa de estacionamento do lado esquerdo, a obra da Bandeirantes, no trecho entre terminal de ônibus e a Avenida Afonso Pena, deixará 70% da avenida com uma faixa de rolamento a menos. Dessa forma, será possível implantar o corredor exclusivo para ônibus e ilhas de embarque e desembarque ao longo do percurso.

Serão sete “ilhas”, separadas por distâncias entre 300 e 700 metros, que substituirão os pontos de ônibus tradicionais, onde os passageiros poderão embarcar e desembarcar. No projeto, as ilhas estão localizadas próximas das esquinas, para facilitar o acesso dos usuários do transporte público.

Iniciada no dia 16 de abril, a obra tem prazo de um ano para ser concluída. O investimento de R$ 8.762.915,67, é resultado da parceria entre a Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado, sendo R$ 6.464.936,73 do financiamento do PAC Mobilidade e R$ 2.297.378,94 de contrapartida, viabilizada em parceria com o Governo do Estado. Os trabalhos de revitalização da via terão início a partir da Avenida Afonso Pena, rumando para o trevo do Imbirussu.

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