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Capital

Comércio que continua liberado comemora, mas diz que prejuízo só cresce

Comerciantes do setor de alimentação não precisam fechar, mas afirmam que notaram queda de até 50% na clientela

Clayton Neves | 20/03/2020 11:30
Proprietária de uma padaria na região do Centro, Neuza afirma que movimento pela manhã caiu cerca de 50%. (Foto: Henrique Kawaminami)
Proprietária de uma padaria na região do Centro, Neuza afirma que movimento pela manhã caiu cerca de 50%. (Foto: Henrique Kawaminami)

Um dia após decreto da Prefeitura que determinou suspensão do atendimento ao público no comércio de Campo Grande, setores que não foram atingidos pela decisão, mediante cumprimento de série de exigências, comemoram por seguir de portas abertas. No entanto, os empresários afirmam que amargam prejuízos após queda repentina de até  50% no movimento da clientela. Para tentar driblar o mau momento, muitos afirmam que estão demitindo e até antecipando férias de funcionários.

Só podem continuar abertos ao público comércios essenciais como supermercados, farmácias, lojas de produtos para animais, restaurantes e padarias, por exemplo.  Para continuar funcionando, essas empresas precisam seguir série de determinações exigidas pelo Município, entre elas, limitar o público para evitar aglomerações, dispensar funcionários com mais de 60 anos, intensificar ações de limpeza e manter espaçamento mínimo de 1,5 metro entre mesas.

Na Avenida Três Barras, a conveniência do empresário Sadam Hamieh, de 53 anos, é uma das que seguem abertas, no entanto, para ele não há muito o que comemorar. “Não tem ninguém na rua. Na última noite vendi R$ 100”, explica.

Comerciante, Sadam diz que em 32 anos nunca viveu crise tão intensa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Comerciante, Sadam diz que em 32 anos nunca viveu crise tão intensa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo o comerciante, para conter despesas, foi preciso demitir três funcionários e antecipar as férias de dois. “Em 32 anos nunca passei por isso. Se piorar vou acabar mandando todo mundo embora e ficar sozinho aqui”, lamenta.

Na casa de produtos veterinários da Rosilene Alcova Silva não foi diferente. Com queda de 50% da clientela, a empresária teve de demitir um funcionário. “Foi uma medida correta manter nossa loja aberta, até porque vendemos medicamentos para animais, mas os últimos dias têm sido bem difíceis”, revela.

Dona de uma padaria no cruzamento das ruas 7 de setembro e Pedro Celestino, Neuza Maria também soma ao grupo dos que viram o movimento cair. Para passar confiança ao cliente, ela destaca série de cuidados tomados na loja. “Não deixamos formar aglomeração, sempre passamos álcool em tudo e colocamos álcool em gel e sabonete bactericida para o cliente”, afirma.

Casas de produtos veterinários estão na lista de empresas que podem cotinuar com atendimento ao público. (Foto: Henrique Kawaminami)
Casas de produtos veterinários estão na lista de empresas que podem cotinuar com atendimento ao público. (Foto: Henrique Kawaminami)

Neuza conta que o movimento na padaria despencou cerca de 50%, principalmente no período da manhã, ainda assim, ela afirma que não pensa em demitir nenhum dos setes funcionários que emprega. “Talvez antecipar férias, mas demitir não. Eles também têm contas, têm uma vida. A gente fica apegado na esperança que isso passe lago”, relata.

Mesmo sendo ponto de venda de produto essencial, postos de combustíveis não se viram livres da queda. De acordo com, Milton Pimentel, gerente de um posto da Rua Marquês de Lavradio, o momento é preocupante. “Não há o que comemorar, agora é momento de se resguardar e tentar encontrar a solução”, disse.

Decreto - Publicado nesta quinta-feira (20), decreto da Prefeitura suspende de 21 de março a 5 de abril o atendimento presencial ao público em estabelecimentos comerciais e o funcionamento de casas noturnas ou lugares voltados à realização de festas, eventos ou recepções.

Segundo a determinação, os estabelecimentos comerciais poderão manter funcionamento administrativo, mas não podem permitir acessos do público. A ideia é que as lojas intensifiquem as vendas por internet ou no sistema delivery, com serviços de entrega de mercadorias.




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