Como corredor comercial, Tiradentes se equilibra entre o luxo e o beco
“As pessoas não conhecem e tem medo pelo o que já foi o Tiradentes”, diz morador

Segundo e último bairro de Campo Grande ser pacificado com intervenção em grande escala da PM (Polícia Militar) no ano de 2011, o Tiradentes viu o comércio prosperar, com um novo corredor de negócios na rua Marquês de Pombal, ao passo que o beco, com suas ruas de nome de instrumentos musicais, prossegue motivando medo pelo tráfico de drogas.
Ligando o acesso à rua Joaquim Murtinho e o condomínio de luxo Damha, a Marquês de Pombal tem padaria, casa de carne, academia, shopping. A via também cruza com as ruas apertadas do beco. Durante o dia, pouco movimento e aglomeração. À noite, segundo os moradores, quem passa pelo beco pode ver menores de idade e logo recebe proposta para comprar drogas.
Na Rua do Violino, muitas placas de vende-se e imóveis com muros altos. Proprietário de uma barbearia, Rony da Silva conta que conhece o bairro há 30 anos e avalia que o passado ainda é um peso. “As pessoas não conhecem e tem medo pelo o que já foi o Tiradentes”, afirma.
Ele destaca que o bairro tem muitos pontos positivos, como a grande oferta de serviços, com supermercados, postos de gasolina, posto de saúde e loteria.
Na avenida José Nogueira Viera, o primeiro eixo comercial do bairro, os trabalhadores contam que as lojas não são alvos de ações violentas e que os dias transcorrem tranquilos. A reclamação vai para o trânsito. A vendedora Taís Cabral, 24 anos, conta da dificuldade para cruzar a via. “Junta o fluxo de vários bairros”, diz.
Comerciante há quatro anos, Dayane Suellen Araújo Rodrigues afirma que um grupo de WhatsApp reúne os empresários e ajuda a monitorar as lojas. “É tranquilo. Graças a Deus nunca fui assaltada”.
Também em 2011, a Vila Nhá-Nhá, região do bairro Piratininga, foi o primeiro a ser pacificado pela PM.