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Capital

Completando 2 meses longe da sala de aula, tem gente sentindo falta da escola

Crianças contam que querem o retorno das aulas presenciais, seja para estudar e também brincar com os colegas

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 21/05/2020 17:16
Ricardo chuta bola para o amigo na rua. Ele diz que sente falta da escola (Foto: Kísie Ainoã)
Ricardo chuta bola para o amigo na rua. Ele diz que sente falta da escola (Foto: Kísie Ainoã)

A pandemia da covid-19 mudou hábitos diários, em todas as idades. As crianças, ainda com dificuldade de entender a dimensão da importância do isolamento social, dizem sentir saudades da escola, seja para brincar ou estudar. Para os pais, que agora precisam se desdobrar entre o trabalho e cuidar dos baixinhos, a falta é a mesma.

Cleo conta que passa o dia com os primos (Foto: Kísie Ainoã)
Cleo conta que passa o dia com os primos (Foto: Kísie Ainoã)

A pequena Cléo Sofia, de 5 anos, está no primeiro ano e tem passado o dia na casa dos primos. “Estou sentindo falta da minha escola, da tarefa e até do recreio”, conta. Ela diz que ficar na companhia deles “está sendo legal, mas gosto mais de ir para escola”.

O primo dela, Arthur Miranda, de 4 anos, também diz que tem sentido falta de passar parte do dia na escola. A mãe dele, a dona de casa Carolina de Almeida, de 22 anos, confirmou que o filho sente falta e que no começo da pandemia precisou explicar o motivo dele não poder ir as aulas.

A mulher diz que acabou acostumando com a ideia de ter o filho durante o dia todo em casa, mas não considera a melhor opção. “Ele indo para a escola é melhor. Ele aprende. Todo dia tem uma coisa nova, além de gastar energia. Em casa só quer saber de brincar”, diz a mãe.

Ricardo da Silva, de 13 anos, está no sétimo ano e conta que sente falta da aula porque em casa “está sendo bem repetitivo". "Acordo, tomo café da manhã, assisto TV, faço algo que a minha mãe pede”.

Ele diz que prefere estudar na escola, principalmente devido a distância. “Não tem contato direto com os professores para tirar possíveis dúvidas”.

Ricardo tirou folga para aproveitar companhia do filho (Foto: Kísie Ainoã)
Ricardo tirou folga para aproveitar companhia do filho (Foto: Kísie Ainoã)

Raimundo dos Santos, de 41 anos, pai de Ricardo, concorda que as lições longe da escola têm sido mais difíceis por serem assuntos ainda não vistos em aulas presenciais. “Tem hora que bom, mas tem hora que é complicado”.

Ele conta que aproveitou a semana para tirar folga da oficina mecânica que trabalha e curtir a companhia do filho em casa.

Por outro lado, também há as crianças sinceras, que dizem não sentir falta nenhuma da escola. Rebeca de Freitas, de 4 anos, está no pré e conta que prefere “passar o tempo em casa brincando”. “Na escola também brinco, mas não gosto de acordar cedo”.

Cristian de Freitas, de 8 anos, irmão de Rebeca, está no terceiro ano e quer voltar logo para a escola. “Estou [sentindo falta]. Falta dos colegas e da gente jogar futebol. E ir para sala estudar”, conta.

Ao contrário da prima, Júlia Rodrigues, de 5 anos, revela sentir falta das companhias da escola.

A atendente Nayara de Freitas, de 26 anos, mãe de Cristian e de Rebeca, conta que tem sido tranquilo ficar com os dois em casa, porém como trabalha no período matutino, mesmo turno que eles estudam, precisa deixá-los com a avó. Por causa da pandemia, prefere que continuem longe da escola. “Não acho ruim que fiquem em casa”.

Bruno conta que não sente falta da escola e prefere soltar pipa (Foto: Kísie Ainoã)
Bruno conta que não sente falta da escola e prefere soltar pipa (Foto: Kísie Ainoã)

Bruno Lopes, de 13 anos, do sétimo ano, integra a turma dos sinceros. “Não sinto falta nenhuma. Prefiro ficar em casa e soltar pipa”.

A prima, Amanda Lopes, de 10 anos, concorda. “Fico em dúvida, quando demora para voltar fico com saudade. Mas quando volto não quero ficar”, diz ela.

A mãe de Amanda, Beatriz Soares, de 41 anos, é dona de casa e conta que o principal problema tem sido na hora dos estudos. “Tem coisas que a gente não sabe. Assuntos que estamos a muito tempo atrás. Sorte que tem o irmão Google que nos ajuda”.

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