Contrato acaba, mas Itel mantém funcionários por 30 dias na prefeitura
Funcionários da Itel Informática, empresa que mantinha contrato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande continuam trabalhando e devem cumprir aviso prévio de 30 dias. De acordo com informado pela Seplanfic (Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle) nesta segunda-feira (21), o contrato 357 com a empresa foi encerrado na última sexta-feira (18). O não prosseguimento com os serviços da Itel atende a recomendação do MPE (Ministério Público Estadual), já que a empresa é uma das investigadas na Operação Lama Asfáltica, realizada em julho pela Polícia Federal.
De acordo com Disney Fernandes, titular da Seplanfic, a Prefeitura Municipal assumiu os serviços da Itel com recursos próprios, mas não deixou claro se funcionários do IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) ficaram responsáveis pelo serviço.
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Na tarde desta segunda-feira (21), funcionários da Itel trabalhavam normalmente na Central de Atendimento ao Cidadão Wiliam Maksoud, de acordo com uma funcionária que não quis se identificar. Segundo a fonte “o pessoal da Itel vai cumprir aviso durante um mês”.
Apesar de ser uma segunda-feira, a Central de Atendimento estava com pouco movimento, o que denota que não houve alterações no sistema, ou no quadro de funcionários devido ao cancelamento de contrato. O técnico em eletrônica Cristiano de Araújo, 43, foi ao CAC pegar uma transferência de IPTU. “A fila está tranquila, pra mim está normal, afirmou.
A mesma opinião tem a psicóloga Juliana Pelegrini, 32. Ela também foi pegar transferência do IPTU e não percebeu nenhuma mudança no local. “Está normal, está rápido. Fiquei na fila uns 10 minutos", relatou a contribuinte.
Ainda de acordo com Disney Fernandes, será mantida funções básicas até definição de uma política de informática para a prefeitura.
Consulta ao Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) mostra que o contrato firmado em 2009 teve sucessivos termos aditivos, com acréscimo de prazo que ia de 90 dias a 12 meses. Quanto ao valor, consta nas publicações que o montante original era de R$ 9 milhões, Em 2012, subiu para R$ 12 milhões e, na mesma publicação de 31 de maio, para R$ 13 milhões devido à inflação.
A Itel pertence ao empresário João Baird, conhecido como o "Bil Gates Pantaneiro", que fez fortuna em contratos com o poder público. Ele também é investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na operação Coffee Break, que apura esquema de compras de votos de vereadores para a cassação de Alcides Bernal.