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Capital

Convocação do PCC para manifestação foi antes de morte, diz a PM

Segundo a polícia, as mensagens circulavam nas redes sociais antes de José Martins morrer em confronto

Geisy Garnes | 13/12/2021 15:38
Mensagem divulgada pelo WhatsApp.
Mensagem divulgada pelo WhatsApp.

Polícia Militar de Mato Grosso do Sul afirmou em nota enviada nesta segunda-feira (13), que a convocação do PCC (Primeiro Comando da Capital) para manifestação em frente do Fórum de Campo Grande foi anterior a morte de José Martins Macedo, de 19 anos. O rapaz foi baleado em confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar na quinta-feira (9).

Segundo investigações da Polícia Militar, a convocação feita em um grupo de WhatsApp criado entre os integrantes da facção criminosa, já circulava nas redes sociais no dia 7 de dezembro, dois dias antes da morte de José Martins.

Detalhes da apuração não foram divulgados. Informações obtidas pelo Campo Grande News, no entanto, apontam que o “protesto” foi convocado após a morte do integrante do grupo criminoso. Na mensagem repassada pelo aplicativo de conversa, as lideranças do PCC afirmaram que a manifestação é resposta à “opressão da polícia e do Governo do Estado”.

No grupo de WhatsApp criado para “disseminar” a convocação, o texto compartilhado é assinado pelo “Geral do Estado de MS”, de número com prefixo de Mato Grosso do Sul. Na hierarquia da facção, a função é exercida por uma comissão de cinco ou mais pessoas, com um superior, para transmitir informações, normatizar, controlar e disciplinar os integrantes.

Na mensagem, a comissão pede para os responsáveis pelas “Regionais” convocarem “companheiros, cunhadas (responsáveis pelo apoio logístico a presos da facção), amigas e vizinhas” para uma manifestação contra as “máquinas opressoras dentro de todos os sistemas” e pela injustiça cometida por quem eles denominam de “vermes" e pelo Governo.

“Vinhemos pedir a todos que estão no grupo responsável pelas regionais estar interagindo nas quebradas, pedido apoio para companheiro, cunhada, amiga, visinha que possa ir nessa manifestação que fecha com nois nessa luta que enfrentamos diariamente” [sic].

Para quem participar, ônibus para o transporte de ida e volta, alimentação e água, além de toda a assistência necessária, são oferecidos de graça pela organização. “Pedimos apoio de todos vcs condutores dentro da suas regional para estar trazendo o máximo que pessoas para nos apoiar nessa luta que é constante” [sic]. A manifestação, afirma a mensagem, ainda não tem data definida e deve acontecer no início do próximo ano.

A morte – José foi ferido na madrugada do dia 9 de dezembro, chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Na casa em que ele estava, os policiais militares encontraram uma submetralhadora modelo ZK 383, calibre 9mm com um carregador, uma escopeta calibre 12 e duas pistolas 9mm, uma delas com carregador.

Segundo a polícia, ele planejava atentados contra a vida de policiais. Cadernos com anotações e um aparelho celular também foram apreendidos no local e serão periciados.

Os policiais do Choque chegaram a José após denúncias do suposto ataque. Assim que chegaram ao endereço do rapaz, foram recebidos com resistência.

Além de negar atender os militares, o rapaz teria gritado: “Polícia é o c******, se entrar vai tomar” e dado dois tiros dentro da residência. A equipe entrou e encontrou o morador na cozinha, com arma em punho e revidou os disparos. Após ser atingido e desarmado, José foi socorrido para o Hospital Regional de Campo Grande, mas não resistiu.

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