Copeiro pede demissão e aciona polícia ao ter cabelo comparado a pelos pubianos
Rapaz trabalhava em churrascaria da Afonso Pena e diz ter sido ofendido pelo mesmo gerente duas vezes
Pablo Kallew dos Santos, 23 anos, procurou a polícia após sofrer injúria racial na churrascaria onde trabalhava na Avenida Afonso Pena, no Bairro Chácara Cachoeira. Segundo ele, o chefe comparou o cabelo afro de Pablo ao "cabelo do saco", como se fosse igual aos pelos pubianos.
As ofensas teriam partido do gerente do local e após passar pela situação duas vezes, o rapaz decidiu pedir demissão e registrar o caso na delegacia.
Nas redes sociais, Pablo chegou a publicar o relato do caso. No texto ele diz que procurou o emprego no local após indicação de um amigo que já trabalhava no local.
Com uma semana de empresa, ele e outro colega estariam com o boné virado para trás e então o gerente teria chamado dito que não havia contratado maloqueiros para trabalhar no local.
“Ele falou alto no meio do salão para virarmos para frente o boné que ele não tinha contratado malando e que estávamos parecendo maloqueiro”, disse no relato.
Constrangido, Pablo afirma que depois disso decidiu usar uma touca preta ao invés do boné. No entanto no dia 4 de maior, por volta das 10h40 quando chegou para trabalhar de cabelo solto passou pelo gerente e foi ao banheiro se arrumar para trabalhar.
“Coloquei minha touca e fui trabalhar e em seguida ele veio em minha direção com ar de sarcasmo e sorrindo perguntando se eu sabia quem eu lembrava quando cheguei de cabelo solto e então disse que eu lembrava o cabelo do saco e saiu rindo”, afirmou Pablo.
O copeiro conta ainda que dois garçons presenciaram a cena e ficaram assustados com o que aconteceu. Depois disso, decidiu pedir demissão e procurar a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, onde o caso foi registrado como injúria .
“Depois da segunda vez que fui ofendido, decidi pedir demissão para que não acontecesse novamente. Acho que se eu escolhesse ficar teriam acontecido outras vezes e já fui direto procurar a polícia. Espero que a Justiça seja feita”, contou Pablo ao Campo Grande News.
A reportagem tentou contato tanto com a churrascaria quanto com o garçom e aguarda o retorno.