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Capital

Criminosos se passavam por especialistas para analisar e depois furtar joalheria

Um dos suspeitos é filho de policial e outro disse ao ser preso que tem dinheiro para pagar um bom advogado

Por Ana Paula Chuva e Dayene Paz | 21/10/2025 10:56
Criminosos se passavam por especialistas para analisar e depois furtar joalheria
"Chapolin", celular e joias apreendidas com os suspeitos (Foto: Dayene Paz)

Antes de invadirem uma joalheria no Shopping Norte Sul Plaza, criminosos fingiram trabalhar com joias para analisar todos os sistemas e a dinâmica da loja. O crime aconteceu no domingo (19) e, nesta terça-feira (21), equipes da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) prenderam mais dois envolvidos no esquema. Claudyo Henryque Aquino Matos foi capturado no local do crime.

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Criminosos que invadiram uma joalheria no Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande, foram presos pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras). O grupo, vindo de Goiás, havia se infiltrado no estabelecimento dias antes, fingindo serem profissionais do ramo de joias. Os suspeitos, com histórico criminal em outros estados, foram identificados após um deles ser capturado no local do crime. A polícia apreendeu joias e um dispositivo para clonagem de sinal magnético. O grupo é investigado por crimes semelhantes no Rio de Janeiro e Sergipe.

De acordo com o delegado Reginaldo Salomão, titular da Garras, dois dos criminosos não participavam ativamente do furto. Eles ficavam responsáveis por “preparar o terreno”.

“Eles se apresentam como profissionais, joalheiros ou pessoas do mercado de joias e propõem negócios ao dono da joalheria. Perguntam se ali compram peças, quem é o joalheiro e quem faz todo o serviço. Depois, vão embora, e os outros ficam responsáveis por executar o furto”, explicou Salomão.

Os criminosos desembarcaram na rodoviária de Campo Grande na sexta-feira (16) e, como haviam consumido grande quantidade de maconha, o cheiro chamou atenção, fazendo com que fossem abordados por uma equipe do BPChoque (Batalhão de Choque) da Polícia Militar. Com a prisão de Claudyo, os policiais da Garras conseguiram cruzar as informações e identificar os outros dois suspeitos.

Durante as investigações, foi levantado que o grupo permaneceu por algumas horas em uma casa alugada no Bairro Vida Nova, mas o dono do local, um policial militar, desconfiou da movimentação e chegou a registrar imagens dos três rapazes, ajudando a confirmar a identidade deles.

A equipe realizou buscas em vários hotéis da região até que, no Bairro Morumbi, encontrou um dos suspeitos em um bar ingerindo bebida alcoólica. Nesse momento, o outro chegou em um carro de aplicativo e tentou fugir ao ver os policiais. Ele chegou a quebrar o celular no momento da abordagem.

Criminosos se passavam por especialistas para analisar e depois furtar joalheria
Delegado mostra celular do suspeito quebrado (Foto: Dayene Paz)

Em depoimento, os dois presos nesta madrugada optaram por ficar em silêncio. Antes disso, porém, um deles, um rapaz de 23 anos, contou ser filho de policial, enquanto o de 26 anos afirmou ter dinheiro para pagar um bom advogado. Os três vieram de Goiás, e há suspeita de que tenham invadido a mesma joalheria em 2024.

Os detidos têm histórico de quatro furtos e tentativas no Rio de Janeiro e dois roubos em Sergipe. Claudyo chegou a falsificar um boletim para embarcar em um ônibus, pois estava em regime aberto e tinha proibição de sair de Goiás.

Joias foram apreendidas com o grupo, mas ainda não foi possível confirmar a procedência ou a autenticidade dos objetos. Também não foi localizado o veículo Volkswagen Voyage que teria dado suporte à ação. Um dispositivo denominado “chapolin”, utilizado para clonagem de sinal magnético, entrou na linha de investigação.

Especialistas – De acordo com Salomão, o trio já havia vindo a Campo Grande em outras ocasiões para analisar as joalherias e identificar os sistemas de segurança das lojas. Claudyo era o responsável por desativar o alarme do local, mas, como não tinha experiência, recebeu orientações por chamada de vídeo e acabou não tendo sucesso, fazendo com que o dispositivo disparasse.

O rapaz de 23 anos carregava o aparelho usado para a pré-abertura da porta da loja, permitindo o acesso dos comparsas. Ele também era responsável pelas locações dos imóveis e reservas em hotéis, utilizando documentos falsos. Já o mais velho dava suporte, dirigindo o carro para levar e buscar os parceiros.

Além disso, o delegado afirmou que o grupo já era investigado pela Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) por participação em outras tentativas de crime na cidade.

Claudyo passou por audiência de custódia na manhã desta terça-feira e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Ronaldo Gonçalves Onofri. Em depoimento, ele confessou a participação no crime e afirmou ter sido convidado para o furto por um homem identificado apenas como Thiago, que conheceu em um bar em Goiás.

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