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Capital

Crise pode deixar Santa Casa sem material e gerar redução de cirurgias

Lidiane Kober | 09/10/2014 20:08
Teslenco propôs entregar pronto socorro à prefeitura para ajudar a resolver crise financeira (Foto: Marcelo Calazans)
Teslenco propôs entregar pronto socorro à prefeitura para ajudar a resolver crise financeira (Foto: Marcelo Calazans)

O déficit mensal de mais de R$ 4 milhões, que levou a Santa Casa a pagar apenas 50% dos fornecedores, pode resultar na falta de materiais hospitalares e na redução das cirurgias eletivas. “Não queremos abandonar a sociedade, quem vai fechar as portas são nossos colaboradores, nossos fornecedores”, disse o presidente da Associação Beneficente, Wilson Teslenco.

Em entrevista coletiva, na tarde de hoje (9), ele revelou as consequência da falta de recursos. Em setembro, apenas a metade dos fornecedores foram pagos e, neste mês, quem recebe acima de R$ 5 mil, só colocou as mãos em 70% do salário e a tendência é pagar mais uma vez só 50% dos fornecedores.

“Isso pode gerar falta de materiais e, como não podemos parar de atender no setor de urgência e emergência, teremos que reduzir as cirurgias eletivas”, explicou Teslenco. Hoje, a Santa Casa realiza de 2,2 mil a 2,5 mil procedimentos deste tipo por mês.

Ontem (8), a prefeitura da Capital propôs reforçar o repasse mensal em R$ 2 milhões, a partir de fevereiro de 2015. “Isso não resolve nosso problema”, ponderou Teslenco. Neste sentido, a ideia é aceitar o repasse e entregar o pronto socorro à prefeitura.

O atendimento, segundo o presidente da Santa Casa, é de responsabilidade do município. “Campo Grande é a única Capital do Brasil onde o pronto socorro é de responsabilidade do setor privado”, comentou.

Por mês, sete mil pessoas são atendidas no local e o déficit é de R$ 2,4 milhões. “Entregamos por três anos, em troca de R$ 1 por mês, toda a estrutura do pronto socorro para a prefeitura administrar até construir um espaço”, propôs Teslenco.

Até 5 de novembro, quando encerra o contrato da prefeitura com a Santa Casa, será necessária uma posição. “Se surgir proposta para cobrir o déficit total do hospital, continuamos com o atendimento no pronto socorro”, frisou o presidente. “O que não podemos é assinar um contrato que condena a Santa Casa à falência”, emendou.

Conforme ele, desde maio de 2013, a direção vem a alertando sobre a dificuldade financeira. Na época, a entidade retomou a instituição com seis meses de tributos em atraso, com pagamento de fornecedores a ser feito e com déficit mensal de R$ 3 milhões.

“Nossas contas são auditadas pela CGU (Controladoria Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas do Estado) e demos acesso irrestrito à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para acompanhar todos os balanços financeiros, porque queremos fechar um contrato justo”, garantiu Teslenco.

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