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Capital

De cela da Máxima, "Praia" comprava e vendia drogas em MS

Autor de um homicídio dentro da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Marcos Ferreira da Silva, o Praia, cumpria pena em Campo Grande

Geisy Garnes | 25/06/2018 09:51
Operação Paiol aconteceu no dia 12 de junho e contou com apoio do Bope (Foto: Geisy Garnes)
Operação Paiol aconteceu no dia 12 de junho e contou com apoio do Bope (Foto: Geisy Garnes)

Um esquema de tráfico de drogas coordenado de dentro do presídio, com ramificações na fronteira, foi descoberto pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) durante as investigações da Operação Paiol do Mal - deflagrada no dia 12 de junho em Mato Grosso do Sul.

Durante as investigações da operação, equipes do Gaeco chegaram ao nome de Pacho - o boliviano Dagner Saul Aguilar, 40 de anos, apontado como responsável pelo fornecimento de drogas para a facção em Corumbá e também pela receptação de veículo roubados e furtado na fronteira do país.

Entre os vários “clientes”, os investigadores identificaram Marcos Ferreira da Silva, o Praia. Autor de um homicídio dentro da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e é apontado como “apoio dos 26 estados menos de São Paulo”, posição de importância no PCC.

As ligações interceptadas pela operação comprovaram que o boliviano vendeu drogas para o suspeito, que hoje cumpre pena na Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. O negócio no entanto terminou com a prisão da mulher de Marcos, em julho do ano passado, pela Polícia Federal.

Mesmo preso, Marcos trata de assuntos como arrecadação de valores para a facção (mensalidade conhecida como rifa), batismos de novos integrantes e até a necessidade de transferência de integrantes do Sistema Prisional.

O interno ainda orientava o transporte de drogas de outros estados para Campo Grande, opinava na “contratação” de transportadores e até de qual veículo usar no “serviço” e droga era mais lucrativa para a facção. Nas ligações gravadas o preso chega a ameaçar o direção do presídio de Limoeiro (PE) para outros líderes do PCC. “Nós temos que pegar o diretor”.

Execução de Fernando foi filmada e enviada a integrantes da facção (Foto: Reprodução Vídeo)
Execução de Fernando foi filmada e enviada a integrantes da facção (Foto: Reprodução Vídeo)
Carro-forte ficou completamente destruído após o roubo (Foto: Direto das Ruas)
Carro-forte ficou completamente destruído após o roubo (Foto: Direto das Ruas)

Outros crimes - Em uma das ligações interceptadas, o Marcos conversa com um possível comprador da droga, que afirma não ter ido buscar a mercadoria porque “esbarrou” em um integrante do Comando Vermelho. Conforme o Gaeco, a conversa entre os suspeitos aconteceu no dia 14 de agosto, dois dias depois, no dia 16, o corpo de Fernando Nascimento dos Santos, de 22 anos, foi encontrado esquartejado no Jardim Los Angeles.

Pelo crime, foram presos Uesley de Oliveira Rodrigues, de 22 anos, conhecido por ‘Mascote’ ou ‘De menor’, Danilo Richeli da Silva Fernandes, de 18 anos, conhecido por Mil Grau, e Wellington Ferreira de Souza, 24 anos, conhecido como “Dedinho”.

O Gaeco também identificou a ligação de Marcos com Viviane Rodrigues Peixoto, de 40 anos, também alvo da operação. Se identificando como “Gustavo”, Marcos conversa com a mulher e fala sobre o envolvimento no roubo de um carro-forte no meio do ano passado. Ele diz que não trocou o número do WhatsApp com “medo de perder o contato com o patrão”, que estava em uma fazenda a mais de um mês por causa do roubo a um carro-forte.

A conversa aconteceu em agosto. Na mesmo época, no dia 6 de junho, um carro-forte da empresa Brinks foi rendido na MS-156, entre Caarapó e Amambai e destruído com o uso de explosivos e metralhadoras .50.

Com ajuda de Viviane, Marcos coordenava o tráfico e também a produção e a venda de pasta base de cocaína em Campo Grande.

Paiol – A operação Paiol cumpriu 27 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. A ação foi realizada em parceria com o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar. O nome da operação faz alusão à nomenclatura utilizada pelo PCC para o setor de armas.

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