ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Decisão sobre avenida destrava tombamento parado desde 2009

Aline dos Santos | 07/03/2016 12:38
Avenida deve ter tombamento definitivo  com ordem da Justiça. (Foto: Arquivo)
Avenida deve ter tombamento definitivo com ordem da Justiça. (Foto: Arquivo)

A decisão da Justiça que manda fazer o tombamento definitivo da avenida Afonso Pena deve destravar um impasse existente desde 2009, quando ocorreu o tombamento provisório da via. O procedimento é para que um patrimônio ganhe proteção do poder público.

No último dia 23 de fevereiro, a 1ª Câmara Cível do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou recurso da prefeitura de Campo Grande. A apelação contra o pedido de tombamento foi apresentada em março de 2015, ainda na gestão de Gilmar Olarte (PP).

Agora, na gestão de Alcides Bernal (PP), a Fundac (Fundação Municipal de Cultura) vai levar adiante o tombamento, que foi parar na Justiça após ação do MPE (Ministério Público do Estado). “Pode ser que tenha ocorrido oposição lá atrás. Mas não é o entendimento da atual gestão. Não haverá recurso”, afirma o presidente da Fundac , Wilton Edgar Sá e Silva Acosta. Segundo ele, devido à demora, pode ser feito um novo processo de tombamento da avenida.

O MPE pediu o tombamento definitivo da via após divulgação de que o canteiro central da Afonso Pena daria espaço a corredores de ônibus. O tombamento provisório já havia sido feito em 2009. Na decisão do mês passado, a 1ª Câmara Cível avaliou que apesar de defender que o canteiro central da avenida Afonso Pena não constitui patrimônio histórico e paisagístico local, a prefeitura não apresentou um documento sequer que “desconstituísse o abundante acervo probatório produzido pelo Ministério Público”.

Uma das alegações do município era de que a passagem da ciclovia já alterou o canteiro. Mas, para a Tribunal de Justiça, a valor cultural, histórico e paisagístico do canteiro central da avenida em nada foi alterado, sem “justificativa plausível para o decurso de quase sete anos sem conversão da medida provisória em definitiva”.

Vagas – Em junho de 2014, o tombamento foi suspenso por Gilmar Olarte a pedido da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande). Os empresários relataram que com a medida, a construção de corredores de ônibus nos canteiros centrais seria repassada para a lateral direita da avenida, o que reduziria cerca de 800 vagas de estacionamento.

Nesta segunda-feira, a assessoria de imprensa da associação informou que a entidade não pretende tomar medida na Justiça para impedir o tombamento. A avenida deve ser tombada em seus 7,6 quilômetros, que vão da praça Newton Cavalcanti até à Avenida do Poeta. Via mais representativa da cidade, a Afonso Pena tem pontos históricos, como o Círculo Militar, a Igreja Perpétuo Socorro e a Morada dos Baís.

Tombo – O termo tombamento se refere à Torre do Tombo, em Portugal, local de acervo de livros e documentos. Em Campo Grande, por exemplo, são tombados o Obelisco, a Morada dos Baís e a Vila dos Ferroviários. Os bens tombados não podem ser destruídos, demolidos ou transformados sem prévia licença da municipalidade, sob pena de multa.

Nos siga no Google Notícias