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Capital

Demora em diagnosticar infecção generalizada mata mãe e bebê

Mariana Lopes | 16/05/2013 14:23
Familiares e amigos se despedem de Josikelly durante velório (Foto: João Garrigó)
Familiares e amigos se despedem de Josikelly durante velório (Foto: João Garrigó)

Foram três semanas correndo de um posto de saúde para outro, com febre e dores na barriga. Grávida de 38 semanas, Josikelly Lopes de Souza, de 24 anos, teve infecção generalizada e, segundo a família da jovem, a demora do diagnóstico levou mãe e recém-nascido à morte.

No último domingo (12), Dia das Mães, Josikelly foi encaminhada da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário para o HU (Hospital Universitário), onde chegou com o quadro de saúde bastante delicado e os médicos a encaminharam de imediato para a sala de parto para fazer uma cesariana de emergência.

De acordo com informações do HU, antes da cirurgia, a mãe fez um exame de hemograma no qual apontou infecção, diminuição de plaqueta e as enzimas do fígado já estavam alteradas.

Sobre a situação do filho de Josikelly, a informação repassada pelo o hospital foi de que ele nasceu paralisado, mas a equipe médica conseguiu reanimá-lo. O recém-nascido foi encaminhado para a UTI Neonatal, mas não resistiu e morreu na segunda-feira.

Após o parto, Josikelly foi para a enfermaria. Na segunda-feira, segundo o HU, ela foi transferida para a UCO (Unidade Coronariana). E na terça-feira, o quadro piorou. Ela precisou voltar para centro cirúrgico, para retirar o útero. Mas, conforme informações do hospital, ela não resistiu e morreu.

Embora o laudo necroscópico ainda não tenha saído, o HU adianta que a morte de Josikelly e do bebê pode ter sido de choque séptico ou síndrome de hellp.

Contudo, a família alega que houve descaso dos médicos que fizeram o atendimento nos postos de saúde. “No HU nos disseram que se tivessem feito um diagnóstico precoce, daria para salvar a vida da minha esposa e do meu filho”, lamentou o marido de Josikelly, Thiago Alberto Garcia da Silva, 23 anos.

A mãe de Thiago, Sônia Maria da Silva, 49 anos, contou que em três semanas passou com a nora pela UPA Universitário, onde ela também fez o pré-natal, maternidade Cândido Mariano e também pela UPA das Moreninhas, tudo com atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde).

“O médico que chegou mais perto do diagnóstico correto foi o das Moreninhas, que disse que ela estava com infecção de urina, passou uns remédios e disse para ela tomar muita água, dois dias depois ela foi internada no HU”, contou Sônia durante o velório da jovem.

Agora a família quer justiça e busca entender ao certo o que aconteceu com Josikelly. “Sabemos que teve um descaso médico, mas ainda não temos o laudo exato que aponta a causa da morte dela”, disse o irmão da vítima, que pretende entrar com processo contra os postos de saúde pela morte da jovem.

Sobre a acusação da família, a Prefeitura ainda não se manifestou a respeito. A princípio, a assessoria de imprensa do órgão orienta os familiares a procurar direto a ouvidoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Na terça-feira (14), no dia em que Josikelly morreu, familiares e amigos de vítimas de erro médico protestaram, na Câmara Municipal de Campo Grande, contra a negligência e a impunidade, também cobrando apuração de erros médicos e postura dos poderes públicos e do CRM (Conselho Regional de Medicina) sobre os casos ocorridos em Mato Grosso do Sul.

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