Dificuldade em cemitério é fazer parente cumprir novas regras
Já ocorreu da administração ter de acionar a Guarda Municipal para conter confusão
Os funcionários e direção dos cemitérios de Campo Grande estão encontrando dificuldades para convencer as pessoas a cumprir as regras para os enterros, durante a pandemia de coronavírus. Entre as exigências está a liberação de apenas 10 pessoas para acompanharem o sepultamento todas precisam comprovar que são da família.
Simone Oliveira, que conduz os trabalhos no cemitério do Cruzeiro, região norte da cidade, conta que todos questionam a direção da unidade e muitos recusam ficar do lado de fora. O jeito tem sido acionar a Guarda Municipal.
“Teve um enterro que tinha 60 pessoas na frente do cemitério, ao pedir que só entrassem 10 da família, não quiseram nos ouvir, por isso tivemos que acionar a Guarda Municipal”, contou ao Campo Grande News. Ela ponderou que só depois da chegada dos guardas é que as regras foram atendidas.
O cemitério faz em média 5 enterros por dia, no entanto existem exceções com até 12 (enterros) em alguns momentos. Lá estão trabalhando dois funcionários no administrativos e 2 coveiros. Os enterros ocorrem de manhã e a tarde só se precisarem de urgência, por exemplo, em vítimas confirmadas ou suspeitas de mortes por coronavírus.
Informativo - Para facilitar ea "negociação com as famílias, Simone afixou em vários locais o decreto da prefeitura, com as regras para enterros e pede para que as pessoas possam ler e refletir. “Entendemos a dor das famílias, no entanto estamos em um momento crítico, de saúde pública”.
A imprensa também não tem autorização para entrar, mas ela relata que lá dentro uma das maiores preocupações é com a segurança dos funcionários em relação aos riscos de contaminação. “Estamos na linha de frente, pois chegam aqui vítimas de suspeita de coronavírus, por isto a carga de estresse está muito grande”, confessou.
O local tem dois portões, por isso para evitar aglomeração, muitas vezes um deles é fechado e assim se garante um controle maior da entrada. “Seguimos as regras, mas a maioria dos casos as pessoas batem de frente com a gente, não acreditam nas normas e não aceitam as determinações”. (Veja o vídeo abaixo)
Em contato com os agentes funerários, Simone disse que os mesmos problemas ocorrem nos velórios, já que as pessoas não querem respeitar as regras, de tempo e número de pessoas. “Nos contaram que também não seguem a distância segura para evitar o contágio”.