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Capital

Dívidas, uso de drogas e ameaças estão na investigação de morte de Silvana

Caso foi registrado como feminicídio, mas investigação apurou outras possibilidades para morte violenta

Silvia Frias e Geisy Garnes | 18/08/2021 12:17
Causa da morte de Silvana foi traumatismo craniano, segundo Polícia Civil. (Foto: Reprodução)
Causa da morte de Silvana foi traumatismo craniano, segundo Polícia Civil. (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil registrou a morte de Silvana Domingos dos Santos, 31 anos, como feminicídio, o primeiro do ano em Campo Grande. Porém, a investigação ainda pode mudar a qualificação, por conta do envolvimento da vítima com dívida com agiota e uso de drogas.

O corpo de Silvana foi encontrado na casa em que morava, um pequeno imóvel no Jardim Los Angeles, na noite de ontem (17). Ela estava em cima da cama, usando apenas calcinha, de costas e a cabeça ensanguentada. Pelo quarto, muito sangue espalhado pelas paredes do cômodo e na cama.

Em exame preliminar, acreditava-se que a mulher havia levado três tiros na parte posterior do crânio.

Hoje, a delegada Elaine Benicasa, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) explicou que a perícia constatou que a causa da morte foi traumatismo craniano: Silvana foi atingida na cabeça, várias vezes, com objeto contundente, podendo ser de madeira ou de ferro. Há marca de ferimento na têmpora e nas mãos.

Corpo foi encontrado em imóvel no Los Angeles. (Foto: Henrique Kawaminami)
Corpo foi encontrado em imóvel no Los Angeles. (Foto: Henrique Kawaminami)

A investigação apurou que Silvana morava no imóvel há alguns meses, trabalhando como garota de programa. Na casa, também vivem outras duas mulheres, donas do imóvel, que prestaram depoimento e deram informações sobre o homem, que seria o último cliente da vítima.

Segundo depoimento prestado à policia, o homem havia marcado encontro sexual pelo WhatsApp e Silvana teria se mostrado preocupada, mas nada no comportamento indicava que ela o conhecia. Ele chegou em carro de motorista de aplicativo e, em seguida, uma das mulheres saiu. Neste momento, também não consta qualquer indício de que Silvana reconheceu o homem.

A outra ficou no imóvel e relatou ter ouvido parcialmente a conversa no quarto, o que seria princípio de discussão. O homem pergunta quem saiu de casa e, depois, questiona: “Você acha que não vou te pagar?”, e ela responde: “Não, meu amor, não acho isso não”.

Depois disso, segundo esta testemunha, ouviu “três barulhos altos” e viu o homem indo embora a pé. Ela não relatou ter ouvido nada que indicasse luta ou estampidos de tiros.

A perícia não encontrou no imóvel nenhum objeto que pudesse ser compatível como arma do crime, o que indica ter sido levada pelo homem. No quarto, foram encontrados pacotes de preservativos e a perícia não apontou que houve relação sexual antes da morte.

Delegada Elaine Benicasa, titular da Deam. (Foto: Geisy Garnes)
Delegada Elaine Benicasa, titular da Deam. (Foto: Geisy Garnes)

Investigação - O caso foi registrado como feminicídio, pelas características compatíveis com crime de ódio ao gênero, correspondendo à qualificadora do homicídio.

Porém, ao investigar a vida pregressa de Silvana, outros elementos surgiram, o que pode mudar os rumos da investigação. Elaine Benincasa disse que a vítima era usuária de cocaína, tinha dívida com agiota e foi ameaçada, não somente pelo ex-namorado, como pela atual namorada dele. Silvana chegou a registrar boletim de ocorrência contra ele por ameaça.

Todas essas pessoas vão ser citadas para prestarem depoimento à polícia.

Nas redes sociais, Silvana publicou que estava em um relacionamento sério no dia 21 de julho, mas o nome do companheiro não foi divulgado.

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