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Capital

Dono de construtora some e 45 trabalhadores ficam sem ter onde morar

Vinícius Squinelo | 27/07/2011 12:48

Operários vieram de várias cidades e Estados

Trabalhador mostra carteira assinada enquanto grupo tenta resolver a situação. (foto: João Garrigó)
Trabalhador mostra carteira assinada enquanto grupo tenta resolver a situação. (foto: João Garrigó)

Quarenta e cinco trabalhadores, 18 deles vindos do Sergipe, vivem uma situação, no mínimo, complicada em Campo Grande. Contratados, em sua maioria, desde último dia 6 de junho, os operários não receberam um centavo sequer pelo serviço e, para completar, o dono da empresa onde trabalham, a Construtora Bahia, José Ribeiro Sobrinho, desapareceu, segundo afirmam.

“Foram na minha casa, em Poço Redondo no Sergipe, me chamar para trabalhar. Paguei a passagem, R$ 400, e fiquei três dias num ônibus. Cheguei aqui, trabalhei, não me devolveram o dinheiro da passagem nem pagaram meu salário”, desabafa o carpinteiro Arlino Santos, de 24 anos. Segundo ele, foi prometido um salário de até R$ 2 mil, mas hoje não tem nem onde dormir.

Todos vivem situação semelhante: sem o salário, os trabalhadores não têm onde morar e sequer o que comer. “Fico em um restaurante onde durmo, e lavo as coisas lá pra me darem comida. Ninguém aqui tem dinheiro para voltar pra casa”, conta Maicon Xavier, 27 anos, apontador contratado em São Paulo (SP).

Outras pessoas vieram também de Mato Grosso do Sul, de cidades como Sidrolândia e Coxim.

Os trabalhadores, uma mulher inclusa, estiveram na manhã de hoje na CGT/MS (Central Geral dos Trabalhadores) de Mato Grosso do Sul tentando resolver a situação ou, ao menos, voltar para casa.

Como a Construtora Bahia deu o calote, as empreiteiras que contratavam os operários como terceirizados, MRV e Brookfield, terão que se responsabilizar pelo pagamento dos funcionários.

 Dono de construtora some e 45 trabalhadores ficam sem ter onde morar

“A MRV se comprometeu a pagar até sexta. A Brookfield não se comprometeu a nada, então vamos acionar o Ministério Público do Trabalho e marcar uma audiência de urgência”, explicou Samuel Freitas, presidente da CGT/MS.

Uma mulher, Valdete Machado Braga, que, segundo os trabalhadores, se apresentava como sócia da Construtora Bahia, esteve no local e tentouu se eximir de responsabilidade. Segundo ela, a MRV e a Brookfield que devem pagar.

Valdete chegou ainda a coagir os trabalhadores e a imprensa, afirmando que iria tomar atitudes legais contra “tudo que for falado ou escrito”. “Falou ou escreveu vai ter que provar”, bradava ela, enquanto ligava para o advogado.

“Acho que ela foi mesmo é laranja, não era sócia nem nada”, comentou Samuel, explicando ainda que o verdadeiro dono da Construtora Bahia já tem histórico de casos semelhantes ao dos trabalhadores de Campo Grande.

Outro problema são os funcionários administrativos da Construtora, que não sabem como vão receber, pois não eram terceirizados de nenhuma empresa. “O dono fugiu, não recebi nada e não sabemos da onde vamos receber”, comentou a auxiliar administrativo Dayane Franco, 24 anos, contratada desde o dia 6 de junho.

A reportagem procurou contato com as construtoras citadas, mas os responsáveis pelo contato com a imprensa não foram localizados até o fechamento da matéria.

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