Dos experientes aos de 1ª viagem, Dia dos Pais é de trabalho para entregadores
Mesmo na correria, trabalhadores se dizem animados em saber que estão contribuindo para um dia melhor para outros pais

“Pelo menos a gente entrega o almoço para que outros possam comemorar.”
É assim que o motoentregador Adolfo Farias, de 50 anos, tenta justificar a necessidade de sair de casa em busca de sustento, ao invés de estar reunido com os três filhos - já criados e maiores de idade - neste Dia dos Pais.
Foi entre uma entrega e outra que a equipe do Campo Grande News conversou com o trabalhador, no início da tarde deste domingo (9). “O coração fica doendo, mas não tem muito o que fazer, precisamos trabalhar. Infelizmente não tem como comemorar presencialmente, então o jeito é fazer por mensagem e foto”, complementa o profissional.
Apesar de estar trabalhando hoje, Adolfo relembra que já teve oportunidade de estar com a família em uma ocasião como essa. Experiência que o jovem Maicon Santa Ana, de 19 anos, teria pela primeira vez em 2020, mas a necessidade falou mais alto e o pai de primeira viagem também enfrentou às ruas para trabalhar.
“Este seria meu primeiro Dia dos Pais. É difícil, mas necessário. Não vou conseguir comemorar com meu pai, nem com meu filho”, explica Maicon, pai de menino há 7 meses. “Comecei a trabalhar às 9h e devo ir até meia-noite. Não vai dar tempo de almoçar com eles, depois a gente tenta ver o que faz”, lamenta.

Mesma situação enfrentada por Luiz Aparecido de Souza, de 48 anos. E quem pensa que em anos anteriores a comemoração foi perto da família, se engana. “Não tenho Dia dos Pais há 30 anos. Comecei a trabalhar aos 18 e nunca mais parei. Sempre trabalhei como garçom e hoje sou motorista de aplicativo, então segue a mesma coisa”, justifica o pai de 5 filhos, todos maiores de idade.
Quem ainda está com esperança de aproveitar o mínimo que seja da data, é o entregador Robson Batista, de 36 anos. “Peguei hoje cedo e vou terminar às 14h. Já avisei a patroa que não teria almoço, ficou previsto para eu trabalhar. Mas, de tarde eu volto e a gente comemora”, diz animado.