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Capital

Duas semanas após a Omertá, grupo já é alvo de 4 denúncias à Justiça

Ação protocolada nesta terça-feira (15) tem 21 denunciados, entre eles Jamil Name e o filho, Jamilzinho

Marta Ferreira e Geisy Garnes | 15/10/2019 19:50
Investigação policial foi conduzida pelo Garras e denúncias à Justiça foram feitas pelo Gaeco. Na foto, policial do Bope, unidade que deu apoio às ações. (Foto: Kísie Ainoã)
Investigação policial foi conduzida pelo Garras e denúncias à Justiça foram feitas pelo Gaeco. Na foto, policial do Bope, unidade que deu apoio às ações. (Foto: Kísie Ainoã)

Duas semanas depois de deflagrar a Operação Omertá, contra grupo de extermínio fortemente armado apontado como responsável por pelo menos 8 mortes em 10 anos, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) acumula quatro denúncias encaminhadas à Justiça contra os investigados, entre os quais estão os empresários Jamil Name, 80 anos, e Jamil Name Filho, 42. A mais recente peça acusatória chegou ao Fórum de Campo Grande nesta terça-feira(15), contra 21 investigados, como apurou a reportagem do Campo Grande News.

A acusação formalizada é por crimes de organização criminosa, formação de milícia privada armada, extorsão, corrupção passiva e ainda tráfico de armas. Essa é considerada uma das denúncias principais a partir da operação, feita a partir do trabalho investigativo do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) e com apoio do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Diferente das outras três ações já iniciadas, todas em processo aberto, esse caso está sob sigilo, e corre na 4ª Vara Criminal, a cargo da juíza May Melke Amaral Siravegna.

Pelas informações apuradas, entre os denunciados estão os dois homens apontados como o “fim da linha” do grupo criminoso, os pistoleiros a quem cabia executar as vítimas do bando. Mas não foram incluídos os crimes de homicídio ocorridos em 2018 que motivaram a criação de força-tarefa para investigar correlação entre os casos: do estudante Matheus Costa Xavier, de 20 anos, ocorrido em abril, do chefe de segurança da Assembleia, Ilson Martins Figueiredo, 62 anos, em junho, e de Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, ex-chefe de segurança do traficante Jorje Rafaat, executado em 2015, em Ponta Porã.

Outra peça-chave das investigações, o guarda civil municipal Marcelo Rios, 42 anos, preso com arsenal que seria destinado à quadrilha, em maio deste ano, também foi incluso nesta nova denúncia. Marcelo está no presídio federal de Campo Grande, aguardando transferência para a unidade do mesmo tipo em Mossoró, no Rio Grande do Norte. 

Para essa prisão de segurança máxima também vão outros quatro denunciados por integrar o grupo criminoso, Jamil Name e o filho e os policiais civis Vladenilson Olmedo, 60 anos, e Márcio Cavalcanti, 63 anos. As prisões deles foram mantidas nesta terça-feira (15) em decisão do Tribunal de Justiça.

Arsenal apreendido por guarda civil em maio deste ano motiva uma das ações contra investigados. (Foto: Clayton Neves)
Arsenal apreendido por guarda civil em maio deste ano motiva uma das ações contra investigados. (Foto: Clayton Neves)

Advogado – Entre os que não foram denunciados nesta ação, conforme levantado, está o advogado Alexandre Franzoloso, que chegou a ter prisão provisória decretada. Franzoloso conseguiu reverter a determinação com liminar do Tribunal de Justiça, atendendo a pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). 

Ele já é alvo de outra ação, protocolada na semana passada, por crime de organização criminosa. Contra ele, pensam indícios de ter atuado para que o guarda Marcelo Rios, a quem representava, não colaborasse com as investigações. 

Outro que não figura na lista é Rudney Machado Medeiros, comerciante morador no bairro Moreninha 3 e já alvo de um processo por tentativa de homicídio. Há, ainda, pessoas que não foram alvos da operação, mas estão na denúncia, a cujos nomes a reportagem não teve acesso.

Denúncias – Os outros três processos derivados da Omertà envolvem Jamil Name Filho e mais dois funcionários, por porte e posse ilegal de arma, 12 dos investigados por organização criminosa e obstrução da Justiça e mais seis por crimes contra o sistema nacional de armas. No caso dos dois últimos processos, foram feitos aditamentos a casos que já tramitavam.

Em apenas um dos processos, segundo as informações obtidas pela reportagem, o juiz responsável, Olivar Augosto Coneglian, da 2ª Vara Criminal, já acatou a acusação e transformou os denunciados em réu. Trata-se da acusação contra Jamil Name e dois funcionários, derivada da prisão em flagrante por porte e posse ilegal de arma.

Os outros ainda estão sendo analisados pelos magistrados. Se eles acatarem, aí começa a fase de ouvir acusação e defesa dos envolvidos.

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