ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Durante audiência de caso de extorsão, diretores afirmam que autor era aluno “normal”

Paula Maciulevicius | 26/05/2011 21:49

Outros dois adolescentes serão ouvidos, eles também podem ter extorquido menino de 13 anos

Em audiência sobre o caso de extorsão de um garoto de 13 anos, pelo ex-colega de escola de 14 anos, diretores de antigo e atual colégio do autor afirmaram que garoto era “normal”. Segundo a professora da primeira escola, onde o bullying surgiu, o aluno era hiperativo, mas considerado dentro da normalidade.

O caso iniciou há cerca de um ano, com o adolescente de 14 anos que ameaçava o então colega, de agressão caso ele não copiasse o conteúdo passado em sala, no caderno dele. A diretora relata que a situação chegou ao conhecimento da coordenação da escola, de que o garoto “forçava” a vítima e outros colegas a copiarem as atividades.

Segundo o que a diretora disse na audiência, o caderno foi checado e constatada a diferença nas letras copiadas. As medidas cabíveis foram tomadas dentro da escola com os alunos e respectivos pais.

Depois deste episódio a professora afirmou desconhecer outra situação envolvendo os dois estudantes, muito menos um caso de extorsão.

Programas para conscientização sobre bullying existem desde o ano passado, mas de acordo com a professora, ganharam mais ênfase neste ano. O assunto é discutido entre alunos e familiares e até um comitê de trabalho foi criado para realizar ações que detectem e combatam esse problema.

Já o diretor da atual escola em que o adolescente agressor estuda, disse que o aluno tem notas dentro do esperado, mas que nos últimos dias tem infringido regras de disciplina. “É um aluno assíduo, pontual, mas que vem apresentando problemas como cabular aula, desrespeito em classe”, comentou.

O professor contou saber do caso na tarde de ontem, quando recebeu a notificação para comparecer na audiência. “Ele será tratado da mesma forma dos outros alunos. O assunto é sério, mas ele não vai ter um atendimento especial pelo que fez no passado”, explica.

O diretor admite que existe dificuldade da escola constatar o bullying porque muitas vezes os alunos agredidos não se manifestam. “Os agredidos tem que perder o medo e falar o que está acontecendo, é um medo de que aquele outro pode mais”, diz sobre a relação da vítima com o agressor.

De acordo com o diretor da atual escola, o autor já foi aluno dele há cerca de 6 anos e sempre foi um bom estudante. “O assunto tem que ser trabalho, aquele que recebe a violência tem que denunciar”, acredita.

Na escola também tem o projeto da comissão escolar para tratar do assunto, em conjunto com alunos e famílias, com palestras e o tema é tratado dentro da sala de aula.

Caso – A história, digna de um filme americano, o caso clássico de bullying, onde a vítima “pagava” para não apanhar. O agressor, ao contrário dos personagens retratados nos filmes, não era “valentão” e tão pouco parecia capaz de ameaçar um colega por mais de um ano.

O adolescente de 14 anos foi ouvido hoje, em audiência no MPE (Ministério Público Estadual), envergonhado e com pouco menos de 1,60 metros, ele disse estar arrependido e nega que tivesse alguém por trás da extorsão.

O bullying, são todas as formas de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam o outro e tem como peculiaridade, a intimidação e no caso dos alunos, as intimidações eram constantes e por telefone.

O garoto com medo de que o colega fosse cumprir com as ameaças de violência e até morte, entregava o dinheiro no local marcado e voltava para casa em silêncio.

A história só foi descoberta depois que uma pessoa próxima contou a família da vítima. O caso foi registrado na Deaij (Delegacia de Atendimento a Infância e Juventude). O garoto que sofria a extorsão foi levado a marcar encontro no terminal de ônibus para fazer o pagamento. A equipe da Deaij esperou junto com a vítima pela chegada do agressor e flagrou a entrega do dinheiro.

Ainda dois outros adolescentes serão ouvidos pelo promotor da Vara da Infância e Juventude, Sérgio Harfouche, que podem também ter participado da extorsão.

Nos siga no Google Notícias