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Em 5º lugar no ranking de fumantes, Capital recebe ação contra o tabaco

Flávia Lima | 29/05/2015 12:25
Profissionais da Sesau realizaram campanha orientando sobre riscos e doenças causadas pelo tabaco. (Foto:Divulgação)
Profissionais da Sesau realizaram campanha orientando sobre riscos e doenças causadas pelo tabaco. (Foto:Divulgação)

Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de seis milhões de pessoas morrem anualmente no mundo com doenças agravadas pelo tabagismo. Segundo pesquisa divulgada pelo órgão essa semana, o número de fumantes caiu cerca de 30% no país nos últimos nove anos, mas o hábito de fumar ainda permanece entre um em cada dez brasileiros, o que representa 10,8% da população.

Campo Grande saltou de 8º lugar em 2012 para a 5ª colocação em número de fumantes no ano passado. De acordo com levantamento da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), ano passado, 12,7% da população adulta campo-grandense se declarou fumante.

E foi para alertar essa população que ainda não se libertou do vício sobre os riscos que o tabaco causa à saúde, que profissionais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande organizaram uma atividade de orientação e panfletagem nos terminais de transporte coletivo na manhã desta sexta-feira (29).

A ação reuniu 600 pessoas no Terminal Nova Bahia e fez parte das atividades alusivas ao Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado domingo (31). A blitz contou com equipe multiprofissional que abordou os usuários do transporte com o objetivo de conscientizar a população sobre as doenças causadas pelo tabaco, inclusive aos considerados fumantes passivos, que apenas aspiram a fumaça dos fumantes.

Na ação foram entregues folders educativos, com orientações sobre o tabaco, aplicação do teste com monoxímetro (que verifica a quantidade de toxinas na corrente sanguínea) e encaminhamentos para o tratamento nas unidades de saúde. Os profissionais também repassaram informações sobre o comercio ilícito do cigarro pela proximidade com o Paraguai e das facilidades da entrada destes produtos através do contrabando.

Estudo do Inca (Instituto Nacional do Câncer), destaca que entre os brasileiros que consomem cigarros industrializados cresceu a proporção daqueles que fumam cigarros de origem ilícita. Em 2008, 2,4% dos fumantes obtinha cigarro proveniente do mercado ilegal – em 2013 o percentual passou para 3,7%.

Para a Emilia Maria Garcia Barbosa, gerente técnica do Programa de Controle e Tratamento Tabagismo, o fumo é o fator de risco mais importante para o agravo de mais de 50 doenças crônicas comuns, como o câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias além de causar impotência sexual. “É importante alertar a população sobre o mal que o tabagismo causa ao organismo e também sobre as mortes evitáveis que ocorreram devido ao uso do tabaco”, ressalta.

Ainda segundo Emília, muitos avanços já foram conquistados no sentido de gerar o consumo consciente do tabaco, como por exemplo, a tributação dos produtos e leis que preveem a proibição do acesso ao tabaco por pessoas menores de 18 anos. “Temos que reforçar o trabalho na prevenção da iniciação no fumo por adolescentes e, quem sabe assim, reduzir doenças tabaco-relacionadas que aparecem na vida adulta”, finaliza.

Abordada pela equipe da Sesau, Rosângela Carvalho, fumante há 40 anos, fez o teste do monoxímentro, onde foi apontado um alto índice de toxinas no organismo. Assustada com o resultado, ela garantiu que vai buscar tratamento para abandonar o vício. “Isso é um alerta para os sinais que o corpo já apresentava de que a saúde está sendo prejudicada pelo cigarro”, conta. Rosângela saiu da ação com encaminhamento para tratamento no CEM (Centro de Especialidades Médicas).

Já Sueli Teves, fumante há 33 anos, conta que já tentou parar de fumar sem tratamento e acompanhamento médico, mas não conseguiu dar prosseguimento a decisão. “Acabei de fazer o teste e o resultado foi alto, agora vou buscar ajuda profissional para me livrar de uma vez por todas desse vício”, afirmou Sueli.

Segundo o Ministério da Saúde, apenas 5% das pessoas que dão início ao tratamento realmente param de fumar. Em 2014 foram atendidos 870 pessoas na rede pública de saúde pelo Programa de Controle e Tratamento Tabagismo. “Dessas, a maioria não dá continuidade ao atendimento, mas o paciente pode retomar o tratamento quantas vezes quiser”, explica Emília.

Serviço - Para quem ainda é adepto do vício, mas deseja abandoná-lo, a Sesau mantém o Programa de Controle e Tratamento do Tabagismo, oferece auxílio aos fumantes em Unidades Básicas de Saúde da Capital. Interessados em dar início às consultas e tratamento, deve procurar uma unidade de saúde mais próxima e agendar uma consulta.

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