Em bairro com pouca gente, sobra confusão e "toque de recolher" começa às 18h
De assalto, briga a casos de família, moradores reclamam da falta de segurança no Jardim Inápolis, em Campo Grande
Mesmo sendo pouco movimentado, a confusão rola solta no Jardim Inápolis e sobra até para dono de mercearia que precisa fechar cedo para evitar conflitos que vai de assalto, briga até casos de família. “Às 18h30 fecho a porta porque não quero ser assaltado. Temos medo porque sempre acontece algo”, contou o empresário Fábio dos Santos Ramalho, 33 anos.
Há quase três anos ele deixou a Vila Popular para viver no Jardim Inápolis, onde investiu numa mercearia. O negócio vai bem, porém, o medo de alguma das confusões pararem dentro do seu estabelecimento é constante.

“Tem muito usuário de drogas, brigas e pouco policiamento. A falta de iluminação torna a região ainda mais perigosa, tanto que há três meses um rapaz foi esfaqueado aqui perto”, recordou. O pior de não ter posto policial no bairro é a demora para atender aos chamados dos moradores. “A gente liga, mas demora 1h30 para chegar”, completou.
Na noite de ontem (1), o “B.O” da vez foi a confusão que um rapaz aprontou em frente à residência da mãe, que tem medida protetiva contra o mesmo. Nervoso, o filho desferiu golpes de faca no portão da casa e precisou ser amarrado por populares que passavam na hora para ser contido.
Nesta manhã (2), a reportagem esteve no local e pela vizinhança não se falava em outra coisa à não ser no “filho problemático”. Alguns moradores relataram que essa foi a segunda vez que a polícia é acionada para resolver o “caso de família”. Na casa, a mãe não quis conversar com o Campo Grande News, alegando apenas que o assunto já tinha sido resolvido.
Perambulando pelo bairro também encontramos o pedreiro Carmelo Gutierrez, 48 anos, segurando um pedaço de telha quebrada na mão. “Acho que alguém estava tentando entrar na minha casa. Quebraram hoje, mas não vi quem foi”, disse.

Ele é boliviano, morou por 20 anos em São Paulo e há três passou a viver na região oeste da Capital. Para Carmelo, falta policiamento e iluminação. “Aqui é muito escuro, tem vandalismo e mais confusão do que vi quando morava em outro estado. É preciso que os policiais façam uma ronda mais ostensiva”, destacou.
Uma moradora de 26 anos, que preferiu não se identificar, relatou ter medo de sair na rua. “Tenho dois filhos pequenos, um de 7 e outro de 2. Chega 20h e não abro nem mais a janela de casa. Moro há dez anos aqui, existia um posto da polícia no bairro, porém não tem mais. Não me sinto segura”, afirmou.