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Capital

Em Campo Grande, venda de vale-refeição é "jeitinho" por troco extra

Pesquisa nacional revela que 44% da população comercializa vale-refeição no "mercado paralelo"; na Capital, o índice para venda do vale-transporte chega a 65%

Silvia Frias e Liniker Ribeiro | 21/02/2019 17:37
Venda do vale-refeição ou alimentação não é falta grave na legislação, mas é prejudicial ao trabalhador (Foto: Liniker Ribeiro)
Venda do vale-refeição ou alimentação não é falta grave na legislação, mas é prejudicial ao trabalhador (Foto: Liniker Ribeiro)

Pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostra que 44% dos trabalhadores no País usam o vale-refeição ou vale-alimentação para pagar as contas. O levantamento é nacional, mas é reflexo do que também acontece em Campo Grande, que aderiu ao “jeitinho” para ter dinheiro.

A avaliação é da presidente da FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de MS), Inês Conceição Santiago. “A lei não prevê destinação para fim diverso (vale-refeição) como falta grave”, disse, explicando que a penalidade existente no artigo 7º do Decreto 95547/87 refere-se ao vale-transporte, cabendo até demissão se a infração for descoberta.

Mesmo assim, até nesse caso, tem quem se arrisque. Pesquisa da FCDL-MS com 200 trabalhadores em Campo Grande constatou que 65% usam o vale-transporte para outras finalidades, como abastecer veículo próprio ou comprar alimentos. Além da ilegalidade, Inês Santiago diz que a negociação é prejudicial ao trabalhador que recebe menos do que consta no cartão. “Quem compra o vale acaba descontando”. 

Troco a mais – nas ruas de Campo Grande, é fácil encontrar quem comercialize o vale-refeição/alimentação; difícil foi achar quem desse as caras para a reportagem. “Isso vai me prejudicar, né? Olha lá, moço”, disse uma agente de atendimento de 21 anos, que confessou vender o vale “sempre que precisa”.

A jovem diz que não precisa ajudar em casa e, por isso, aproveita o vale para ter um dinheiro a mais, prática que faria, “umas três vezes por ano”. No local onde comercializa, o desconto é de 17%.

Um atendente de telemarketing, de 22 anos, confessou que comercializa e considera o desconto de 30% do local em que revende “baratinho”. O colega de 19 anos nega a prática e explicou que entrega o cartão para a mãe fazer as compras.

“Eu não faço, mas direto eu ouço pessoal comentando, até mesmo onde vende”. Segundo ele, são pessoas que querem comprar alguma coisa onde o ticket não é aceito.

Dos entrevistados, todos disseram que usam o vale-transporte de maneira regular.

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